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INOVAÇÃO|20.03.2024

Como será o impacto da IA Generativa na sociedade do futuro? A MAPFRE apresenta quatro cenários e o papel que o setor segurador desempenhará neles

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  • Com base na pesquisa de contexto realizada, quatro cenários plausíveis foram elaborados para 2029: “Caminho ao homo sapIAns”, “Você se lembra do hype da GenAI?”, “Procura-se antídoto para o caos” e “Titãs Tecnológicos”. A combinação deles configurará a realidade marcada pela evolução da GenAI.
  • O objetivo da MAPFRE com este estudo é mergulhar no uso que a sociedade faz da tecnologia e refletir sobre como sua adoção generalizada, juntamente com as diversas possibilidades de desenvolvimento tecnológico, pode impactar no modo de vida das pessoas, analisando os novos comportamentos que poderiam ser adotados, os riscos emergentes e as potenciais necessidades que surgiriam em diferentes cenários futuros.
  • Em cada um desses cenários foram analisadas áreas como saúde, mobilidade, cibersegurança, a relação entre as pessoas e com a tecnologia, a adoção da tecnologia em nível empresarial e de usuário, ou possíveis regulamentações dependendo do contexto. Tudo isso é acompanhado por uma série de consequências plausíveis para o setor segurador.

Relatório “Explorando o futuro: o papel das seguradoras em uma sociedade marcada pela IA Generativa”

20 de março de 2024, Madri, Espanha. – A Inteligência Artificial Generativa (IA Generativa ou GenAI) está ajudando a transformar o mundo em que vivemos com um altíssimo ritmo de desenvolvimento tecnológico e a adoção social e empresarial. Aprofundar na utilização que a sociedade faz desta tecnologia e refletir sobre como essa adoção pode afetar nosso modo de vida é chave para garantir um futuro melhor.

A MAPFRE, seguradora de referência na Espanha e grupo segurador líder na América Latina, realizou uma análise para apresentar quatro cenários em que a IA Generativa poderia ter impacto na sociedade até 2029 e estudar o papel que o setor segurador poderia desempenhar neles. O relatório resultante se denomina Explorando o futuro: o papel das seguradoras em uma sociedade marcada pela IA Generativa.

“Com o exercício apresentado neste relatório não tentamos prever o futuro. Nosso objetivo é fazer uma reflexão ponderada, ousada e sincera das eventualidades derivadas dos possíveis cenários de evolução. Esta abordagem nos permite trabalhar para que, seja qual for o rumo que o futuro tome, ele se materialize no melhor cenário possível para todos”, explica José Antonio Arias, Chief Innovation Officer na MAPFRE.

Quatro cenários de evolução

Para a realização desta reflexão, foram revisados relatórios, papers e artigos, e foram efetuadas entrevistas com especialistas de diferentes áreas: desde a tecnologia até a sociologia ou a economia. Com base nesta pesquisa, quatro cenários plausíveis foram elaborados para 2029.

Em cada um desses contextos foram analisadas áreas como saúde, mobilidade, cibersegurança, a relação entre as pessoas e com a tecnologia, a adoção da tecnologia em nível empresarial e de usuário, formas de lazer, educação ou possíveis regulamentações:

  1. Cenário 1: “Caminho ao homo sapIAns”. Neste cenário, a IA Generativa é uma tecnologia transformadora e totalmente acessível, com uma regulamentação muito permissiva. Sua adoção é massiva, com múltiplos casos de uso e interações sem atritos com os usuários, graças à naturalidade e à proximidade dos participantes. Além disso, há uma magra consciência do alto impacto psicológico de sua utilização onipresente, e isso está gerando uma homogeneização de pensamento e polarização, elevada dependência e até mesmo dependência em nível individual.
  2. Cenário 2: “Você se lembra do hype da GenAI?”. Aqui, a IA Generativa é uma tecnologia amadurecida, sem elevados fluxos de financiamento e com altos custos de uso (semelhante ao que acontece atualmente, início de 2024). Sua adoção é orientada, principalmente, à produtividade, com uma interação limitada que significa uma barreira para seu uso. Há também uma grande conscientização sobre suas funcionalidades. As empresas têm desencorajado sua utilização e não se trata de uma tecnologia que gere expectativas por si mesma, mas é um facilitador relevante no desenvolvimento de outras tecnologias disruptivas.
  3. Cenário 3: “Procura-se antídoto para o caos”. A regulamentação bastante restritiva limita o potencial de desenvolvimento tecnológico da IA Generativa, incrementa os custos de uso, restringe os casos de uso viáveis, obstaculiza sua adoção pelas empresas e desencoraja o uso doméstico. Ocorre também uma grande conscientização sobre os efeitos psicológicos e prevalece certa preferência pela interação humana em relação às máquinas, especialmente no atendimento ao cliente.
  4. Cenário 4: “Titãs tecnológicos”. Há um alto ritmo de desenvolvimento controlado por uma pequena seleção de Big Tech que moderam a cadência de lançamentos de acordo com suas necessidades. Neste contexto, tem lugar uma alta adoção pelas empresas e pelos indivíduos, com a também alta compatibilidade com outras tecnologias do ecossistema dessas Big Tech. Evidencia-se uma transição efetiva a nível profissional e irritação com o acúmulo de poder por parte dessa seleção de empresas.

Todos estes cenários retratam realidades extremas, embora dentro do campo das possibilidades, de acordo com as perspectivas reunidas durante a pesquisa. “Na MAPFRE não avaliamos a probabilidade de que eles aconteçam, apenas mencionamos que são possíveis e que sua combinação configurará a realidade marcada pela evolução da GenAI”, afirma o diretor.

Linhas de ação para o setor segurador

Nestes quatro cenários, novos riscos emergem e alguns preexistentes são exacerbados pela proliferação da IA Generativa. Estes riscos estão intrinsecamente ligados a necessidades emergentes, ou não tão recentes, que estão se tornando mais relevantes para as pessoas.

Em resposta, a indústria seguradora deve lidar com dois aspectos chave. Por um lado, proteger-se e proteger os clientes contra esses riscos; por outro, adaptar-se para atender às novas necessidades de proteção que estão surgindo.

Neste sentido, a MAPFRE propõe uma série de linhas de ação para que o setor conte com uma base para poder refletir e formular iniciativas orientadas a gerar impactos positivos na sociedade:

  • Proteção cibernética. A expansão da IA Generativa representa um desafio sem precedente na segurança de dados e sistemas, devido ao aumento na sofisticação dos ciberataques (malware indetectável, phishing com linguagem natural, roubo de identidade, etc.) contra empresas e pessoas. Frente a este panorama, haverá maior demanda de proteção por meio de seguros com coberturas adequadas e serviços voltados a prevenir, detectar, responder e recuperar sistemas após ataques cibernéticos.
  • Uso responsável da IA/IA Generativa. A adoção da Inteligência Artificial Generativa traz riscos que abrangem do desempenho dos sistemas ao cumprimento regulamentar ou à possibilidade de vieses discriminatórios. Haverá demanda por proteção através de seguros e serviços que possibilitem o uso responsável e confiável de ferramentas baseadas em IA Generativa.
  • Saúde e saúde mental. A IA Generativa oferece um grande potencial para aprimorar os processos de atendimento médico e a experiência do paciente, bem da possibilidade de liberar o pessoal de saúde de atividades administrativas. A outra face da moeda é que poderia agravar os problemas de saúde física e mental, que já são observados como tendência pelo uso de tecnologias digitais em geral.

A indústria dos seguros deve reforçar seu compromisso com serviços e produtos que possibilitem a prevenção e o tratamento de doenças, bem como contribuir para o aproveitamento destas tecnologias para melhorar a experiência dos pacientes e a eficácia dos tratamentos.

  • Novas formas de relacionamento com os clientes e produtos mais adaptados. A IA Generativa potencializará as interações com os clientes, gerando mais dados e impulsionando um novo modelo de relacionamento apoiado por assistentes conversacionais, que oferecerão maior acessibilidade e transparência no mundo do seguro. Esta abordagem conversacional não apenas facilita a troca de informações, mas também enriquece a qualidade dos dados coletados.

Assim, surge uma enorme oportunidade de capitalizar estas informações para o desenvolvimento de produtos e serviços cada vez mais adaptados às necessidades do cliente, (por exemplo: microssegmentação para seguros dinâmicos, seguros on/off, ofertas hiperpersonalizadas, etc.).

  • Fraude. A democratização de ferramentas que permitem a falsificação de imagens, áudios e vídeos desencadeará um incremento exponencial nas tentativas de fraude em sinistros para as seguradoras. Consequentemente, estas instituições devem implementar mecanismos e ferramentas que possibilitem a detecção de evidências falsas.
  • Treinamento de equipes. Por um lado, há uma necessidade palpável de novos especialistas na área de GenAI, mas também em áreas associadas (negócios, data, segurança, ética, etc.); pelo outro, são necessários perfis procedentes de ciências sociais (antropólogos, sociólogos, etc.) e de humanidades (linguistas, historiadores, filólogos, etc.) para garantir um desenvolvimento e uso responsável e confiável da IA Generativa.

“A conscientização e educação da sociedade em relação ao uso responsável e adequado da Inteligência Artificial Generativa é chave em todas as áreas. As seguradoras devemos contribuir neste aspecto como medida de prevenção para reduzir os riscos aos quais indivíduos e empresas estão sujeitos”, diz José Antonio Arias. “Não há tempo a perder, na MAPFRE já estamos trabalhando nisso”, acrescenta.

Você pode fazer o download do relatório completo neste link.

Metodologia

A metodologia Futurecasting foi aplicada no relatório. Os cenários foram gerados com uma base de conhecimento coletado por meio de métodos de pesquisa primária e secundária, identificando os fatores que determinam a evolução da realidade em torno do tema alvo. Esses fatores foram adicionados em quatorze drivers (sete certos e sete incertos) com os quais os cenários são articulados.

Esta metodologia permite posicionar os participantes nos quatro futuros alternativos e ajuda a entender como se chega a essa situação, quais são as implicações derivadas e quais oportunidades surgiriam.