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ECONOMIA| 08.02.2024

Obter rentabilidades de dois dígitos com critérios ESG

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A abordagem ESG (ambiental, social e de governança, nas siglas em inglês) se tornou um aspecto chave na gestão de ativos nos últimos tempos. A tendência surge de uma dupla necessidade. Por um lado, é uma tendência inevitavelmente ligada a uma crescente “consciência verde” na sociedade, que se reflete no compromisso de um número cada vez maior de empresas ao redor do mundo.

Por outro lado, é um movimento também promovido pelas instituições e que acelera a mudança nas entidades. A regulamentação europeia sobre os fundos de investimento experimentou mudanças significativas, insistindo muito na classificação sustentável dos veículos de investimento e na forma como estas informações são comunicadas em toda a cadeia até o investidor.

É um processo que ainda está em evolução e pendente de uma maior homogeneização no plano jurídico, mas que já tem os gestores de fundos “em pleno rendimento”. De acordo com os dados mais recentes do Observatório de Inverco, referentes a outubro de 2023, 95% das gestoras que atuam na Espanha conta com fundos que adotam critérios de sustentabilidade.

Normas “verdes” na Europa

A transparência e a divulgação são elementos fundamentais para os fundos que desejam respeitar estas normativas. De modo geral, devem estar alinhados ao Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR), à Taxonomia da União Europeia (UE) e às atualizações no MiFID II, entre outras.

O Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFR) é uma das regulamentações mais importantes e requer que as entidades divulguem como integram os riscos de sustentabilidade em suas decisões de investimento e em seus processos de assessoria. Os produtos financeiros são classificados de acordo com o SFDR em três categorias: Artigo 6 (considerações ASG padrão), Artigo 8 (promove características ESG) e Artigo 9 (objetivo de investimento sustentável).

A Taxonomia da UE é mais ampla e não se limita apenas aos fundos de investimento, sendo também importante a classificação de investimentos ESG, porque define o que é considerado uma atividade econômica sustentável e ajuda a definir quando um investimento pode ser classificado como sustentável, segundo os padrões da União Europeia.

A MiFID II, embora não seja uma norma ESG específica, foi atualizada para permitir a inclusão de considerações de sustentabilidade. Requer que os assessores financeiros e gestores de fundos considerem as preferências de sustentabilidade de seus clientes ao recomendar produtos de investimento, o que originou uma maior integração desses critérios ESG.

ESG e retornos positivos

Em seu compromisso com as questões ambientais, sociais e de governança, as gestoras também reconhecem o impacto considerável que esses fatores podem ter no rendimento financeiro dos investimentos a longo prazo. Apesar de ainda haver certa dúvida sobre os riscos de sobrevalorização nos ativos sustentáveis devido à alta concentração, segundo o relatório da Inverco, é viável investir em veículos com foco verde e, além disso, alcançar retornos positivos que podem até atingir os dois dígitos.

Dois bons exemplos são os fundos MAPFRE AM Inclusión Responsable e MAPFRE AM Good Governance, da gestora Mapfre Asset Management. Os dois fundos têm um track record positivo não apenas em 2023, mas também a longo prazo. A MAPFRE AM Inclusión Responsable encerrou o ano passado com um retorno de 22%, enquanto registra lucros anualizados de 8%. A MAPFRE AM Good Governance obteve uma rentabilidade de 17,6% em 2023 e em três anos se mantém com sinal positivo, com um rendimento anualizado de mais de 5%. “Conseguimos demonstrar que a rentabilidade sustentável não está em conflito com a financeira”, comenta Eduardo Ripollés, diretor de Negócio Institucional e Vendas da MAPFRE AM.

Um desempenho positivo que atraiu os investidores nos últimos anos. Mapfre AM Good Governance, fundo de renda variável global focado em investimentos que promovem a boa governança corporativa, foi lançado em 2017 e já acumula um patrimônio de mais de 120 milhões de euros. Por sua vez, MAPFRE AM Inclusión Responsable, que é comercializado desde 2019 e foi pioneiro no mundo em seu critério de promover a inclusão social e profissional de pessoas com deficiência através de seus investimentos, já supera os 40 milhões de ativos sob gestão. “Nossos investidores sabem que a equipe gestora é boa, que ambas as gestoras trabalhamos em equipe e que nossa metodologia funciona e que o banco de dados é atualizado de forma recorrente nos diferentes comitês de investimento”, acrescenta Ripollés.

Ficha técnica

Mapfre AM Good Governance

Com um risco de quatro em sete (segundo consta no DFI do produto), a abordagem deste fundo se traduz na identificação e apoio a empresas que adotam práticas transparentes, éticas e eficientes na tomada de decisões. Além disso, também leva em conta critérios ambientais e sociais na hora de compor sua carteira.

Por definição, investe no mínimo 75% de seu valor líquido em ações de empresas listadas com boas práticas de governança corporativa, sem restrições geográficas e visando a diversificação por setores. Em 31 de dezembro de 2023, a porcentagem de ações na carteira era superior a 95%. A Europa concentra 55,3% da alocação de ativos, porcentagem onde a zona do euro corresponde a 20,2% e o Reino Unido a 18,49%. Os Estados Unidos abrangem os 44,67% restantes. No que diz respeito aos setores de atividade, a alocação mais significativa está nos sensíveis ao ciclo, com um peso especial da tecnologia (26% do total). Dos cíclicos, serviços financeiros é o setor onde tem maior exposição (16%), enquanto os valores defensivos, consumo e saúde contam com uma exposição semelhante. As dez maiores posições correspondem a 38,66% dos ativos: no top cinco estão Microsoft, Adobe, NN Group, ASML e a finlandesa Neste.

O fundo recebeu as 5 estrelas da Morningstar em maio de 2023 e a MAPFRE AM está trabalhando para classificá-lo como Artigo 8.

Mapfre AM Inclusión Responsable

Focado na inclusão profissional de pessoas com deficiência e no investimento em empresas com elevados padrões éticos e financeiros, este fundo de renda variável segue uma metodologia única no setor, realizando uma análise exaustiva de um universo de empresas europeias e selecionando apenas aquelas com solidez financeira já consolidada. O objetivo é alcançar rentabilidades acima do mercado, o índice de referência para comparar rentabilidades é o Euro Stoxx 50 Net Return, enquanto contribui para a inclusão no mercado profissional de pessoas com deficiência.

A gestão do fundo determina que cerca de 90% do ativo líquido seja investido principalmente em renda variável de sociedades cotadas em países da zona do euro: em 31 de dezembro de 2023, essa porcentagem alcança 86,62%.

A alocação por setores é dividida principalmente em três categorias: cíclico (26,19%), sensível ao ciclo (59,46%) e defensivo (14,35%). Dentro deles, os setores com maior destaque são indústria (29,30%), tecnologia (20,01%) e consumo cíclico (13,39%). As dez maiores posições representam 42,67% dos ativos do fundo e incluem ASML, L’Oreal, Deutsche Telekom ou Capgemini.

Este produto está enquadrado no Artigo 8 e classificado como “Investimento Socialmente Responsável” (ISR). Além disso, conta com 3 estrelas no rating da Morningstar, que leva em conta a rentabilidade ajustada pelo risco de um determinado fundo em comparação com sua categoria, de acordo com os dados dos três anos anteriores.