MAPFRE
Madrid 2,432 EUR 0,02 (0,75 %)
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CORPORATIVO | 07.02.2019

A MAPFRE gera um resultado operacional de 702 milhões de euros em 2018 e mantém o dividendo

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O lucro de 2018 atinge os 529 milhões de euros

PONTOS PRINCIPAIS DO EXERCÍCIO

  • Os rendimentos totais atingem os 26,590 bilhões de euros e os prêmios excedem os 22,537 bilhões de euros.
  • O impacto da depreciação das moedas nos prêmios atinge os 1,439 bilhões de euros. Descontando este efeito, os prêmios teriam crescido 2,1%.
  • A taxa combinada melhora meio ponto percentual, para 97,6%. 
  • A MAPFRE cresce na Espanha mais de 10%, em comparação com um aumento do mercado de 1,34%, estabelecendo-se como motor do Grupo e exemplo de um crescimento rentável. 
  • O lucro da MAPFRE RE é de 149 milhões de euros.
  • A MAPFRE ASISTENCIA conclui a sua reestruturação e aproxima-se do equilíbrio no lucro bruto.
  • A MAPFRE pagará aos seus acionistas 0,145 euros por ação, derivados dos resultados de 2018.
  • Mais de 73% dos investimentos gerenciados na MAPFRE em emissores privados correspondem a entidades com qualificação ESG.
    Reforça o seu balanço consolidando o fundo de comércio com 173 milhões de euros

A MAPFRE gerou um resultado operacional de 702 milhões de euros em 2018, um aumento de 0,3% em relação ao ano anterior. No entanto, no final de 2018, a empresa decidiu reforçar o seu balanço dedicando uma verba extraordinária de 173 milhões de euros devido à redução ao valor recuperável parcial do fundo de comércio das operações de seguro nos Estados Unidos, Itália e Indonésia. Essa verba é feita com o objetivo de adaptação às novas circunstâncias dos mercados, mantendo a rentabilidade para os seus acionistas e lançando as bases para continuar crescendo com rentabilidade. Depois de contabilizar essa verba, o resultado do exercício foi de 529 milhões de euros, 24,5% inferior ao registrado em 2017.

A queda das receitas financeiras devida a baixas taxas de juros, depreciação das moedas (que tiveram um impacto sobre o resultado de 17 milhões de euros), o custo de catástrofes (principalmente furacões e tempestades de inverno), com um impacto na atividade de resseguros de 97 milhões de euros, e o reajuste devido à hiperinflação das filiais na Argentina (ao ser considerado um país hiperinflacionário porque tem uma inflação acumulada de mais de 100% nos últimos três anos), com um impacto negativo de 18 milhões de euros, influenciaram negativamente o resultado.

A receita total do Grupo atingiu os 26,590 bilhões de euros, representando um decréscimo de 5%, principalmente devido à depreciação das moedas dos principais países nos quais a MAPFRE opera, especialmente o dólar, o real brasileiro, o peso mexicano e a lira turca, assim como a queda dos rendimentos financeiros. Os prêmios, por outro lado, ficaram nos 22,537 bilhões de euros (-4%), também influenciados pelo efeito da depreciação do câmbio. De fato, o impacto dessa depreciação nos prêmios é de 1,439 bilhões de euros. A uma taxa de câmbio constante, os prêmios teriam crescido 2,1%.

É importante destacar o desempenho positivo de Espanha, com prêmios de 7,524 bilhões de euros, representando um crescimento de 10,3%, face ao aumento registrado pelo setor de 1,34%. A Área Regional Ibéria, o mercado, no qual se iniciou a estratégia baseada no crescimento rentável, se consolida como o motor do crescimento do Grupo.

Também se destaca a melhoria da taxa combinada do Grupo, que no final de 2018 era de 97,6%, o que representa uma melhoria de meio ponto percentual em relação a 2017.

O patrimônio líquido se situa nos 9,198 bilhões de euros, enquanto que os fundos próprios atingiram os 7,994 bilhões de euros, no final de 2018 e o total de ativos atingiu os 67,291 bilhões de euros.

No encerramento de 2018, os investimentos do Grupo chegaram a 49,274 bilhões de euros. 56% deste valor corresponde à dívida soberana e 18,1% à renda fixa corporativa. 4,9% é relativo a investimentos em renda variável e 4,5% é relativo a tesouraria, uma percentagem semelhante ao investido em imóveis. 67% do total de investimentos em renda fixa têm uma notação de risco de A ou superior.

No fechamento de setembro de 2018, o índice de Solvência II ficou situado em 207,9%, em comparação com 201,7% de junho, com 88% de capital da mais alta qualidade (TIER 1). É importante sublinhar que o índice de solvência mantém uma grande solidez e estabilidade, sustentando em uma alta diversificação e em políticas estritas de investimento e gerenciamento.

1.- Evolução do negócio:

Os prêmios da Unidade de Seguros no final de 2018 eram de 18,736 bilhões (-3,3%).

→ Na Área Regional Ibéria (Espanha e Portugal), o aumento do negócio foi de 10%, alcançando prêmios totais de 7,658 milhões de euros, com um lucro de 481 milhões de euros (-6%). No entanto, se os itens extraordinários de 2017 e 2018 forem eliminados, o lucro aumenta 5,3%. Destaque para o bom desempenho de Espanha, cujos prêmios crescem 10,3%, para 7,524 bilhões de euros, e a taxa combinada se situa nos 93,7%, uma percentagem que é ainda melhor no setor automóvel, situando-se nos 90,8%.

Os prêmios do setor automóvel totalizaram os 2,283 bilhões, com um crescimento de 2,2% (face ao crescimento de 1,94% do mercado). O número de veículos segurados excede os 5,7 milhões, o que representa um aumento de 132.000 em relação ao ano anterior. O setor de seguros gerais cresceu 13,5%, para os 1,877 bilhões de euros, e o setor da Saúde e Acidentes cresceu 5,4%, para os 578 milhões de euros. Neste último ramo, a melhoria de 2 pontos percentuais da taxa combinada é significativa, chegando a 97,4%.

O negócio da MAPFRE VIDA, por sua vez, cresceu 16,4%, atingindo os 2,627 bilhões de euros em prêmios, face a uma descida de 1,68% registrada pelo mercado. Esse crescimento é impulsionado pelo bom desempenho do negócio em todos os canais. O patrimônio dos fundos de investimento chegou aos 3,237 bilhões de euros, enquanto que os fundos de aposentadoria chegaram aos 4,875 bilhões de euros.

→ No Brasil, os prêmios, no encerramento do exercício de 2018, foram de 3,972 bilhões de euros (-12,6%), significativamente afetados pela desvalorização do real, cujo valor desceu 16%. O ramo de Seguros Gerais é o que mais contribui para os prêmios, 1,600 bilhões de euros, seguido pelo setor de Vida, com 1,356 bilhões, e o de Automóveis, com 1,014 bilhões de euros.

→ O negócio da Área Regional Latam Norte chegou aos 1,309 bilhões de euros (-26,1%). O México contribui com 719 milhões de euros (-39,2%), fortemente afetado pela depreciação do peso mexicano (-7%) e pela ausência, neste exercício, do prêmio da apólice Pémex, que é renovada a cada dois anos. Sem esse efeito, o crescimento em moeda local seria de 9%. O lucro do negócio neste país ficou nos 18 milhões de euros, mais de três vezes o alcançado em 2017. A maioria dos países da região cresce em moeda local e a taxa combinada de Não Vida está nos 98,1%.

→ Os prêmios da Área Regional Latam Sul ficaram nos 1,606 bilhões de euros (-5,5%), com destaque para a contribuição do Peru, com 492 milhões de euros e com um crescimento de 4,7% (+10% em moeda local) e para a Colômbia, com 391 milhões de euros (-0,7% em euros, +3% em moeda local).

→ Na Área Regional da América do Norte, os prêmios atingiram 2,425 bilhões de euros (-4,1%). O negócio nos Estados Unidos somou 2,038 bilhões de euros (-7,4%), afetado pela depreciação do dólar (-3,5%) e pela saída de vários estados, operação que faz parte do reajuste do negócio para impulsionar o crescimento rentável. Porto Rico aumentou os seus prêmios em 18,4%, atingindo os 387 milhões de euros, com um resultado positivo de 27 milhões de euros, face a perdas de 17 milhões de euros no ano anterior, e apresenta uma melhoria na taxa combinada, ficando nos 88%.

→ Os prêmios da Área Regional EURASIA (que agrupa as operações na Europa – excluindo Espanha e Portugal -, Médio Oriente, África e Ásia) ficaram, no final do ano, nos 1,766 bilhões de euros (-5,6%). A Turquia contribui com 486 milhões de euros (-25,7%), fortemente influenciada pela depreciação da lira turca (-25%) e por uma política de subscrição restrita, particularmente no ramo de Responsabilidade Civil e de Automóveis, enquadrada na estratégia de crescimento rentável. A Itália aumentou o seu negócio em 0,6%, para 474 milhões de euros, enquanto que Malta contribuiu com 390 milhões, 11% a mais do que no ano anterior. Na Alemanha, o crescimento foi de 5,3%, chegando aos 327 milhões de euros. Na Indonésia, apesar da depreciação da sua moeda em 8,8%, o negócio mantém uma tendência de crescimento, com um aumento de 42,1%, para 62 milhões de euros.

A Unidade de Resseguro registrou prêmios, no final de 2018, de 3,787 bilhões de euros, 10,3% a menos que no ano anterior, entre outros motivos, devido ao fato de uma parte significativa dos negócios dessa unidade ser proveniente de países não europeus, cujas moedas têm sofrido uma forte depreciação. O resultado deste negócio atingiu os 149 milhões de euros (-8,3%), devido às várias catástrofes do ano passado, que tiveram um impacto de 97 milhões de euros no resultado desta unidade.

Por sua vez, os prêmios da Unidade de Riscos Globais atingiram os 1,174 bilhões de euros (-6,6%), com um lucro de 24 milhões de euros, face a perdas de 66 milhões de euros no ano passado, devidas às catástrofes excepcionais de 2017. A taxa combinada melhora significativamente, ficando em 91,9%, graças a uma melhoria na sinistralidade, que reduziu de forma muito considerável.

Por fim, os rendimentos da Unidade de Asistencia, Serviços e Riscos Especiais foram de 983 milhões de euros no final de 2018 (-11,7%), como consequência da reestruturação deste negócio, iniciada em anos fiscais anteriores.

2.- Dividendo

O Conselho de Administração acordou propor à Assembleia Geral de Acionistas um dividendo complementar relativo aos resultados do exercício de 2018 de 0,085 euros brutos por ação. Deste modo, o dividendo total relativo aos resultados do exercício chegará a 0,145 euros por ação. Em 2018, o rendimento por dividendos sobre o preço médio da ação foi de 5,5%. A MAPFRE pagará aos seus acionistas 447 milhões de euros referentes aos resultados do exercício de 2018, o mesmo montante do ano anterior.

3.- Dimensão Social

Dos investimentos em emissores privados administrados pela MAPFRE, 73% deles estão em empresas que possuem índices de sustentabilidade. Destes investimentos, mais de 94% possuem padrões de classificação acima da média. Esses indicadores medem, entre outros critérios, a transparência ou a incorporação de questões ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) em seus negócios, bem como o risco de reputação. Estes são indicadores que estão se tornando cada vez mais importantes para a comunidade de investimentos.

Por outro lado, a MAPFRE continua progredindo na sua aposta na diversidade, e nas políticas de igualdade, e 40,8% dos postos de gestão em todo o Grupo já são ocupados por mulheres.

Além disso, se superou o objetivo proposto para o triênio de 2016-2018, de contar com 2% de funcionários com deficiência sendo que, hoje, já se conta com 2,5%, avançando, assim, na inclusão social e nas empresas deste grupo.

Também é importante salientar que a percentagem de contratos permanentes do Grupo, que contava com um total de 35.390 funcionários, aquando do encerramento deste ano, se situa nos 96,8%.

Por último, vale a pena destacar que a taxa do imposto sobre as sociedades a nível consolidado global é superior a 34% e o gasto por impostos sobre sociedades se situa em 453 milhões de euros.

3.- Outros

O Conselho de Administração também aprovou a nomeação de Angel Dávila e José Corral como novos membros do Comitê Executivo.

Angel Dávila é Secretário Geral e Secretário do Conselho de Administração da MAPFRE desde 2011. Graduado em Direito e Estudos de Negócios, iniciou sua carreira profissional na MAPFRE em 1992.

José Corral é o diretor geral da área de negócios corporativos e clientes desde meados do ano passado. Bacharel em Ciências Econômicas e Empresariais, começou a trabalhar na MAPFRE em 1993.