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TECNOLOGIA | 26.03.2020

A tecnologia, nossa aliada no combate ao coronavírus

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Se há algo positivo que aprendemos como indivíduos e sociedade no mundo todo após a declaração da OMS no dia 11 de março a respeito da pandemia global de COVID-19, é que a tecnologia nos abriu uma porta (mesmo que virtual) por meio da qual entram soluções e esperança em um cenário de incerteza e confinamento.

Até onde sabemos, o vírus da COVID-19 se originou na China, que além de um gigante econômico, também é um dos primeiros países no Top 20 da classificação de inovação publicada atualmente pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, e ocupa a segunda posição no grupo de países líderes em ciência e tecnologia. Essa potência tecnológica e digital foi importante na gestão da pandemia no país asiático.

Singapura, considerado o país que, até a presente data, criou a melhor resposta diante do vírus, foi capaz de reconstruir em um ou dois dias desde a detecção de um caso novo, a cadeia de transmissão de um infectado por meio de um banco de dados ágil e de uma tomada de decisões imediata que permite acompanhamento em tempo real. Além dos testes de detecção, a tecnologia tem sido primordial, pois permite localizar e isolar os doentes.

Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan também empregaram com sucesso a tecnologia e a inovação para combater o vírus com métodos de resposta mais efetivos.

Igualmente, na Europa, agora o epicentro do contágio, as autoridades governamentais estão apostando no uso de aplicativos, bancos de dados e assistentes, entre outros processos de inteligência artificial. Na Espanha, a resposta digital que acaba de ser anunciada contra o vírus inclui um site com informações verificadas, autodiagnóstico digital e um escritório de dados, entre outros programas.

Sociedade civil e ambiente empresarial

Da parte dos cidadãos, a sociedade civil colabora na luta contra o vírus recorrendo às diversas tecnologias em benefício da solidariedade e de atitudes cidadãs, com o objetivo de aliviar a pressão e a complexidade logística que a situação de emergência ocasiona.

Opções de compras de bens de primeira necessidade, iniciativas de vizinhos para ajudar quem não pode sair de casa, e ações sem fins lucrativos de todos os tipos, como oferecer alimentos a quem mais necessita, oferecer cursos de relaxamento ou oficinas infantis confirmam que um outro mundo é possível por meio da tecnologia.

Também houve uma mudança na atuação e na aparência das grandes marcas. A intervenção de gigantes como Google, Facebook ou Apple não está mais limitada ao âmbito de suas operações da forma como conhecíamos. Frear a propagação de fake news, coletar informações úteis para a resposta diante do coronavírus e melhorar o “clima” emocional dos usuários, ao oferecer músicas mais alegres são algumas das atividades realizadas nos últimos dias. Essas notícias agora são vistas com naturalidade após o anúncio de uma aliança da OMS e do Whatsapp para lançar um sistema de notificação e recomendações sobre o coronavírus.

O mesmo acontece com a resposta de empresas multinacionais, como a MAPFRE, que abriu sua plataforma digital de saúde, a Savia, para atender consultas de possíveis casos de COVID-19 e outras condições, de forma gratuita, para os cidadãos. Além disso, muitas outras empresas proporcionam o acesso livre a conteúdos digitais e colocam à disposição dos usuários serviços que ajudam a melhorar sua vida durante a pandemia.

Houseparty e outros experimentos inéditos

O isolamento também abriu terreno para experimentos inéditos em termos de relações virtuais, tanto no âmbito pessoal quanto profissional.

Em muitas empresas, o trabalho remoto se transformou de uma utopia para realidade como garantia de maior segurança para os funcionários, assim como a proliferação de videoconferências periódicas pelo Skype ou Hangouts, de ferramentas colaborativas (intranets, comunidades virtuais, depósitos de conhecimento etc.), a aceitação de novas vias de consulta antes consideradas intrusivas (Whatsapp ou Telegram) e o compartilhamento de projetos e preocupações pessoais.

Entre amigos ou com desconhecidos, a mais nova tendência é o Houseparty, o aplicativo mais baixado na quarentena. O “na sua casa ou na minha” ficou no passado, porque a crise do coronavírus agora somente permite festas e encontros no modo de videochamada. On-line, mas compartilhando jogos e reuniões.

A tecnologia que em décadas anteriores parecia uma infraestrutura fria e capaz de ameaçar as relações humanas reduziu, de modo drástico, a distância que separa as pessoas dos 180 países impactados até o momento, nos unindo em torno de uma liberdade e normalidade em suspenso.

Viral, como o nome indica

As hashtags, suas versões cômicas e os rumores criados em meio ao coronavírus se tornaram virais. Eles contagiaram as redes sociais, sem exceção, com uma grande dose do cotidiano, que permite aos usuários mostrar partes do seu dia a dia que antes ficavam ocultas. Simples tarefas domésticas, como a do número um do tênis Rafael Nadal cozinhando, ou a organização de um show virtual na sala de Alejandro Sanz, são posts compartilhados nas redes diante de milhões de pessoas que também estão fazendo suas obrigações em casa. O vírus se espalhou como nenhum outro pelos canais de mídia social até agora, para os mais de 2,4 bilhões de usuários do Facebook e mais de 340 milhões do Twitter.