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TRANSFORMAÇÃO | 30.04.2021

Geração Covid e o emprego que vem pela frente: + digital, híbrido e versátil

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A situação dos empregos vai mudar para sempre. Por ocasião do dia Mundial do Trabalho, analisamos na MAPFRE alguns aspectos relacionados com a busca por novos postos e de conjuntos de competências necessários no cenário atual, dominado pela aceleração das tendências por causa da pandemia, extraindo tendências que possam servir para enfrentar melhor o futuro.

A Organização Internacional do trabalho (OIT) estima que, no mundo, tenham sido perdidas 8,8% de horas de trabalho devido à pandemia, o equivalente a 255 milhões de empregos, quatro vezes mais que a da crise financeira de 2009. As mulheres foram mais afetadas que os homens pelas consequências adversas da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho, após a taxa de ocupação cair em 5% desde que as contágios irromperam no mundo, e a taxa de ocupação dos jovens diminuiu 8,7%.

Um dos grupos mais atingidos pela crise é aquele que se tem chamado de “geração Covid” (com menos de 25 anos de idade), marcado por um ambiente de precariedade e limitações que afetam sua vida social, com um isolamento que sua capacidade tecnológica atenua somente de modo parcial. A Espanha sofre de uma taxa de desemprego de jovens próxima dos 40%, três vezes mais que a da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento na Europa (OCDE) e mais que o dobro da taxa da União Europeia. Segundo a OIT, a crise ataca em três frentes: destruindo os empregos, dificultando a educação (depois dos confinamentos, alguns não voltarão ao sistema) e também a sua integração no mercado de trabalho.

O compromisso da MAPFRE com o emprego e a diversidade é claro: os contratos fixos são aproximadamente 98%, e 46,3% das vagas de responsabilidade foram ocupados por mulheres. No que se refere à inclusão, as pessoas com deficiências representam 3,3% do quadro de funcionários, acima do valor de 3% fixado para 2021.

De acordo com o relatório The future of Jobs 2020 (o futuro dos empregos) do Fórum Econômico Mundial, em 2025, metade dos trabalhadores terá que se aposentar. A consultora Gartner, em seu artigo “Tendências do futuro do trabalho pós-Covid-19”, pormenoriza as características do trabalho do futuro:

  1. Mais trabalhadores a distância.
  2. Maior utilização dos dados dos trabalhadores.
  3. Maior papel do empregador na rede de proteção social do trabalhador.
  4. Maior número de profissionais temporários na nova economia de consertos.
  5. Habilidades críticas não serão mais sinônimo de funções.
  6. Alguns verão o trabalho como mais humanizado, outros, como desumanizante.
  7. Haverá um foco maior na resposta à crise, com distinção dos empregadores de primeiro nível.
  8. Será dada prioridade à resiliência, tanto como à eficiência.
  9. Maior propensão para incentivar o envolvimento dos trabalhadores, a cultura e a proposta de valor.

Compromisso e reskilling 

Diante da possibilidade de uma recuperação econômica e profissional centrada nas pessoas, como aponta a Deloitte em outro relatório, as organizações futuras irão identificar, atrair e envolver as pessoas com competências e experiência adequadas para realizar sua missão e finalidade. Formadas por muitos tipos de trabalhadores, envolverão igualmente parceiros e demais grupos de interesse importantes em qualquer parte do mundo.

A aprendizagem contínua apoiará o aperfeiçoamento dos quadros de funcionários para abordar, além disso, uma potencial perda de talentos.

Perfis digitalizados e altamente versáteis em inteligência artificial ou nuvem (Cloud) continuarão sendo os mais solicitados, de acordo com o relatório Empregos Emergentes 2020 da rede social profissional LinkedIn

De acordo com o estudo da McKinsey sobre O que 800 executivos vislumbram para a força de trabalho pós-pandemia, a Covid trouxe de volta os temas de saúde e segurança no trabalho à direção: 83% garante que contratará em função de saúde e segurança. Cerca de 35% estima que precisará de mais trabalhadores treinados em automação, inteligência artificial e robótica, reflexo das novas necessidades.

De acordo com a OIT no seu último relatório, A natureza gera emprego, elaborado em conjunto com a World Wide Fund for Nature (WWF), o trabalho do futuro é mais verde, relacionado com energias renováveis, meio ambiente, sustentabilidade e consumo responsável. É previsto que os domínios gerem mais emprego após a pandemia são os que contribuem para combater a emergência climática e os riscos de catástrofes naturais, para aumentar a segurança alimentar e da água, bem como a saúde humana.

Cinco habilidades demandadas

A realidade é que muitos dos empregos do futuro não são facilmente imagináveis neste momento. É por isso que o pensamento crítico e a resolução de problemas (capacidades recorrentes desde os primeiros relatórios do WEF em 2016), mas também a autogestão, a capacidade de recuperação, a tolerância ao estresse e a flexibilidade se tornam elementos fundamentais que deverão ser reunidas hoje para o exercício do trabalho de amanhã.

A boa notícia, segundo o Fórum Econômico Mundial, é que o aprendizado de algumas delas requer somente alguns meses de treinamento.

 

Posto digital, voz própria e confiança

Muitos disseram adeus ao trabalho presencial, mas é difícil que a ausência da presença física triunfe por muito tempo. De acordo com a consultora Capgemini três em cada dez organizações no mundo irá manter a opção de trabalho remoto para 70% de seu quadro de funcionários. Para quem optar por um sistema híbrido de emprego presencial/remoto, o Digital Workplace (posto digital) irá albergar junto às intranets corporativas tudo de que o funcionário precisa (aplicativos, conectividade etc.) para ter uma base estável no escritório ou em casa.

O talento e os jovens valorizam a confiança e a reputação da marca na hora de escolher por uma empresa para trabalhar e, por sua vez, geram um impacto na sua reavaliação. A confiança mútua adquire protagonismo.

De acordo com os especialistas, as empresas capacitarão o trabalhador que trabalha com a sua própria voz, e este preferirá aquele que consegue crescer e receber um salário emocional, com verdadeira flexibilidade e conciliação.

 

Momento crítico na saúde mental

Muitos dos jovens que deram os seus primeiros passos no mercado de trabalho, mesmo aqueles que iniciam os anos de universidade, fizeram-no sem a presença física de colegas e sob os efeitos do estresse financeiro. De acordo com um estudo recente da Kantar, 27% dos millennials e centennials admitem que a pandemia teve um impacto significativo na sua saúde mental.

Outra análise sobre IA no trabalho, da Oracle e da Workplace Intelligence, reflete que o impacto na saúde mental dos trabalhadores sobre a pandemia varia de acordo com a idade, a geração e a localização. O relatório estima que, no mundo todo, em comparação com as gerações anteriores, os mais jovens são os que mais lutaram, com a geração Z e os millennials trabalhando mais arduamente, com mais estresse​e mais dispostos a recorrer à IA em busca de apoio (23%). Também são o grupo que se sente mais cansado.

O trabalho do futuro, para realmente ser do futuro, precisará pensar no bem-estar e no equilíbrio dos trabalhadores.