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SUSTENTABILIDADE| 08.02.2023

O número de seniores digitais dobrou entre pessoas maiores de 55 anos na Espanha

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Segundo dados do Banco Mundial, nos cinquenta anos entre 1970 e 2020, a esperança de vida média no mundo passou de 58 anos para 72, com o desenvolvimento de um novo segmento da população que, graças aos avanços em saúde e bem-estar, continua ativa em questões como emprego, lazer e consumo.

Esta realidade é conhecida como Silver Economy (economia prateada) ou economia sênior e foi detectada por instituições como o Fórum Econômico Mundial, a OCDE ou a Comissão Europeia, que gradualmente estão tendo maior interesse nela. Mas em países como Espanha ou Portugal, o impacto não foi significativo na opinião pública até nos últimos cinco anos.

Neste contexto, em dezembro de 2020 nasceu o Centro de Pesquisas Ageingnomics dentro da Fundación MAPFRE. Seu objetivo é estudar e promover a chamada “geração de cabelos brancos”, situada entre 50 e 75 anos:  pessoas com saúde e qualidade de vida para continuar oferecendo à sociedade seu talento, trabalho social ou capacidade de consumo. 

Em parceria com várias instituições acadêmicas, uma intensa atividade pública foi desenvolvida a partir desse momento: artigos, entrevistas nos meios de comunicação, seminários ou um ciclo de debates que desde 2018 permitem refletir sobre as oportunidades de fazer aniversário com saúde em áreas tão diversas quanto mobilidade, saúde, empreendimento, inovação social ou finanças.

Um destes últimos relatórios é o III Barômetro do Consumidor Sênior, elaborado em outubro de 2022 em parceria com Google Espanha. Este estudo permite conhecer os hábitos dos mais 15 milhões de espanhóis com mais de 55 anos. Vejamos um resumo em dez pilares do estudo completo, que se encontra disponível para o público.

Os 10 pilares do consumidor sênior

  1. Diminuição em sua capacidade de economizar 

Embora a maioria das pessoas desta geração conte com mais de uma renda dentro do lar, a tendência desde 2020 é para baixo em termos de capacidade de economizar, com cerca da metade da população asseverando que não consegue poupar. 

  1. Incerteza sobre a situação econômica atual 

No contexto atual, houve um incremento na percepção do risco econômico, especialmente na faixa etária superior, principalmente devido à crise energética e ao custo da energia, bem como ao preço dos alimentos e produtos de primeira necessidade. Estes fatores são as principais causas da queda na capacidade de economizar que estávamos observando e, portanto, fonte de incerteza e de certo pessimismo. 

  1. Aumento na importância como rede de apoio familiar 

Em países como Espanha e Portugal, entre outros, a figura dos seniores é destaque como ajuda para seus familiares, seja financeiramente ou como apoio no cuidado, e para sua rede social mais próxima. Na Espanha, é significativo o incremento de 43% em 2021 da população que ajuda economicamente os familiares para 63% em 2022, enquanto Portugal permanece ligeiramente acima de 40%. 

  1. Consideram que reduzir gastos com saúde ou lar limitaria sua qualidade de vida 

A saúde e o lar continuam sendo os dois pilares principais de investimento e gasto, quando considerados os elementos que compõem a qualidade de vida. Por isto, a maioria da população sênior decidiria muito antes cortar gastos como artigos para o lar, roupa ou tecnologia, se necessário. 

  1. O lar é entendido como ferramenta econômica para melhorar o bem-estar 

A maioria dos seniores são proprietários das casas onde moram e apenas 25% possuem uma hipoteca ativa ou empréstimo. Assim, a maioria entende seu lar atual como ativo para melhorar a qualidade de vida. 

  1. Não há intenção de mudar de casa no futuro 

Mesmo com os dados acima, e sabendo que a tendência é de permanecer no mesmo lar para sempre, é interessante observar que aumenta a predisposição a viver em residências ou apartamentos supervisionados, assim como em espaços de coliving. 

  1. A cada dia são mais digitais 

Em perspectiva desde 2017, o número de seniores digitais dobrou, atingindo onze milhões de usuários na coorte de idade estudada, com uso do celular totalmente implementado. A pandemia, certamente, promoveu esta digitalização. Não apenas utilizam a tecnologia para a obtenção de informações, mas se observa um uso extenso de redes sociais, compras online, planejamento de viagens e outros. 

  1. Cuidado com a alimentação e integração da tecnologia no cuidado da saúde 

A alimentação é a área principal de cuidado da saúde desta geração, acima do esporte ou dos check-ups médicos. Os hábitos de vida saudável atraem cada vez mais sua atenção e é comum o uso de meios digitais (telemedicina) ou contar com tele assistência. 

  1. Continuam viajando por lazer ou turismo 

Embora a intenção de viajar por turismo e lazer seja inferior que em 2021, a maioria da população sênior planeja realizar alguma viagem por lazer ou turismo durante o próximo ano. 

  1. Não há intenção de prolongar sua vida profissional 

A porcentagem da população que prolongaria sua vida profissional é de apenas 15% e, em geral, esta vontade é encontrada entre pessoas de idade mais avançada dentro da coorte de estudo e entre aqueles com educação superior.

Uma geração capaz e valiosa

Em conclusão, graças a este barômetro, somos capazes de perfilar uma geração prateada afastada dos clichês da idade. É uma geração capaz (curiosamente, há muita mais probabilidade de encontrar fãs da bricolagem e do do-it-yourself entre pessoas maiores de 55 que em outras faixas etárias), que se adapta às novas realidades (basta olhar para seus dados de digitalização), informada, ecologicamente consciente e capaz de gastar e de ser uma ajuda.

O papel da Ageingnomics é fundamental para divulgar uma imagem real e positiva do grupo sênior no tecido econômico global. Isto precisa levar a novas iniciativas de emprego, riqueza, empreendimento e em favor das necessidades deste grupo.

 

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