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SUSTENTABILIDADE| 15.06.2022

As novas tendências que impulsionam a compra de veículos elétricos

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A emergência climática move a todos na transição para um modelo energético mais justo e sustentável para nossa forma de vida em comum. Na MAPFRE fazemos a parte que nos toca somando com equidade a toda a nossa cadeia de valor ao movimento por uma mobilidade alternativa, baseada em energias renováveis e de baixas emissões de carbono.

Há alguns meses contávamos neste artigo tudo o que você precisava saber antes de passar para os veículos elétricos, hoje em consonância com esta temática trazemos as tendências que estão impulsionando a compra destes veículos e o que se espera deste setor em 2022.

As vendas dos veículos elétricos foram crescendo ano após ano desde que se pôs o foco na necessidade de procurar alternativas menos poluentes para os carros de combustão a que estávamos habituados até pouco tempo atrás. Já não é estranho vê-los nas grandes cidades e nas estradas, e cada vez será menos porque a emergência climática assim pede e porque a indústria começa a oferecer modelos atrativos.

Que fatores influenciam na compra de veículos elétricos?

  • Contribuem para frear a mudança climática

Encabeçando a lista de fatores está o da redução da poluição, porque estes não emitem gases do efeito estufa (GEI), o que permite reduzir o impacto ambiental deste meio de transporte e contribuir para combater a mudança climática.

  • Gasto e consumo médio

Outra razão para escolher um carro elétrico é o custo mais baixo em comparação com um motor de combustão. Com estes últimos, considerando um consumo médio de 6 l/100km e um preço de 1,50 euros o litro, pode-se calcular um consumo médio de 9 euros a cada 100 quilômetros, um pouco superior aos 100 km de um carro elétrico, que estaria abaixo dos 2 euros.  Este fato, acompanhado da subida do preço dos combustíveis, pode acelerar a implantação destes veículos.

  • Autonomia dos veículos elétricos

Uma das grandes perguntas na hora de comprar um carro elétrico é a autonomia. Atualmente os modelos mais comuns do mercado oferecem baterias com uma autonomia entre 200 a 450 quilômetros. Isto nos permite realizar comodamente os deslocamentos diários pela cidade, mas pode ter mais inconvenientes para aqueles que querem fazer viagens mais longas.

Nestes próximos anos, esperamos avanços substanciais na tecnologia das baterias, melhoras em suas capacidades e com isso sua autonomia. Pode ser que demore um pouco em incorporar-se aos veículos que estão à venda, mas crescem as iniciativas de melhoras na maioria dos fabricantes. Falamos por exemplo de Our Next Energy e sua “bateria dual” que permitiria autonomias de 1.200 km, ou das baterias de sódio que poderiam ser uma alternativa às de lítio. Também há outros que apostam na velocidade de recarga como Desten, seu projeto de recarga permitiria recargas em menos de 5 minutos, com uma potência de 900 kW. Há muitas empresas em todo o mundo com diferentes linhas de investigação, e seguiremos vendo avanços ao longo deste 2022.

De fato, neste ano, na cidade de Girona ergueu-se a primeira estação de carregamento ultrarrápido de veículos elétricos. Sua localização não é casual, já que é uma localização estratégica já que se encontra muito perto da fronteira com a França. Esta rede de estações de serviço de grande velocidade irá criando-se para fomentar esta transição também para o setor do transporte de mercadorias.

  • Disponibilidade e variedade na oferta

Outro fator que se acrescenta à lista é o da disponibilidade e variedade na oferta de veículos elétricos do mercado. Pouco importa que melhorem as características destes se o cliente @A[acha|encontra pouca variedade de modelos, alguma coisa que não sucede com a oferta de modelos diesel e gasolina. Mas isto é uma coisa que está mudando e que vai impulsionar a compra dos veículos elétricos, já que a maioria das marcas já anunciaram sua aposta por seguir aumentando sua frota. De fato, se em 2018 só havia 28 modelos elétricos, no ano passado na Europa já se podia escolher entre 74 modelos e este número prevê-se que aumente ainda mais em 2022.

  • Preço

Um fator fundamental na hora de decidir apostar nestes veículos é seu preço. Não importa se nossa marca de confiança tem cinco ou dez modelos elétricos se não podemos utilizá-los. Apesar de haver ajudas dos governos, as quais aprofundaremos em um dos pontos seguintes, os carros elétricos devem começar a ser mais competitivos a nível econômico a curto prazo. Os analistas da Bloomberg indicam que será a partir de 2025 quando os elétricos igualarão os preços, e que antes de 2030 serão inclusive mais baratos que os de diesel e gasolina.

Outro ponto que tem a ver com o preço destes veículos é o custo dos pontos de recarga, até agora alguns deles eram gratuitos, mas muitos deles têm deixado de ser, como por exemplo os veículos de Barcelona. É provável que, para evitar que estes pontos sejam utilizados como vagas de estacionamento, haja diferentes custos nas recargas, por exemplo, que as primeiras horas sejam mais baratas ou gratuitas, e que depois suba o preço progressivamente.

Este ponto tem muito a ver com a subida dos preços da eletricidade, que no ano passado foram constantes e são motivo de preocupação. Por outro lado, as tarifas noturnas e a possibilidade de contratar duas potências para horários diferentes pode ser uma coisa muito interessante para os usuários de veículos elétricos, então isto no final poderia ser uma das vantagens do carro elétrico, se considerarmos que os preços dos combustíveis, como comentávamos anteriormente, forem subindo.

Ajudas públicas para a compra de veículos elétricos

A evolução das vendas dos carros elétricos depende também em grande parte das ajudas dos diferentes governos europeus na aquisição de veículos de emissões zero. No caso da Espanha, este fato observa-se com a aprovação, em abril do ano passado, do Real Decreto 266/2021 com que se dá a concessão direta de ajudas às comunidades autônomas para a execução de programas de incentivos ligados à mobilidade elétrica (Plan MOVES III) no âmbito do Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência Europeu, dotado com 400 milhões de euros. Este orçamento dirige-se à compra de veículos elétricos, com ajudas de até 7.000 € para a compra de um veículo elétrico novo, a reciclagem dos usados, e a distribuição de infraestrutura de recarga para estes veículos. Além disso, na Espanha, os veículos elétricos também estão isentos de pagar o imposto de matrícula e recebem um desconto no imposto de circulação (no caso de Madri e Barcelona, de 75%).

Se olharmos para a Europa, não há melhor exemplo que a Noruega para ver o efeito positivo que podem ter as políticas públicas para acelerar a transição, onde os compradores de veículos elétricos estão isentos de pagar o IVA (25%) em veículos elétricos novos ou usados. O país que oferece a maior subvenção para a compra de veículos elétricos na Europa é a Estônia, onde o governo contribui com até 50% do preço do veículo.

Leis e restrições à mobilidade poluente

Segundo o último relatório da Federação Europeia de Transporte e Meio Ambiente (T&E), o regulamento europeu em matéria de mobilidade sustentável permitiu aumentar as vendas de veículos conectáveis. Além de leis como a de zonas de baixas emissões das quais já falamos em outras ocasiões, alguns países fazem apostas maiores. Um exemplo disto também é a Noruega, que se poderia transformar em poucos anos no primeiro país do mundo onde os carros de combustão são deixados de ser vendidos, já que há a previsão de proibição destes carros em 2025.

Dados e números das vendas de veículos elétricos

2021 foi o ano de maior crescimento do carro elétrico a nível global. Segundo dados do Jato Dynamics, as vendas mundiais de automóveis elétricos aumentaram para 4,2 milhões de unidades, 108% a mais que em 2020 e 198% em comparação com 2019.

No ano passado também houve a consolidação da posição da Europa como o segundo mercado do mundo em termos de vendas para o carro elétrico. Só supera isso a China, onde o veículo elétrico registrou uma participação de mercado de 12,3%. Segundo a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, as vendas de carros elétricos em 2021 aumentaram 2,6 vezes em relação ao ano passado, chegando aos 2,91 milhões de unidades vendidas.

Estes resultados são fruto dos esforços dos principais fabricantes para aumentar sua oferta de veículos elétricos e com isto a chegada de propostas mais econômicas, que abre o leque para potenciais clientes.

Como já comentamos em nosso último artigo sobre veículos elétricos, na MAPFRE somos testemunhas desta mudança de rumo. Só na Espanha, os novos seguros da empresa de automóveis elétricos aumentaram 150% em comparação com o ano passado. No caso dos híbridos, este número quase se multiplicou por 5.

De acordo com a Agência Internacional de Energia, haverá 145 milhões de carros elétricos no mundo até 2030, um número surpreendentemente alto, considerando que em 2020 eram 8,5 milhões, mas ainda uma pequena porcentagem do total.

Apesar de que haver países que avançam mais rápido, como a Noruega por exemplo, na maioria o ritmo vai ser lento, como acontece na América Latina. Onde, apesar de haver países que estão fazendo grandes esforços, como a Costa Rica, Colômbia ou Chile, a falta de infraestrutura e recursos econômicos expõem um cenário mais tardio.

No primeiro trimestre de 2022, as vendas de veículos elétricos na Europa situaram-se em 325.285 unidades. E o que podemos destacar com isso? Que segundo dados da Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA), isto representa uma alta de 60,8% se comparado com o mesmo período de 2021. Se seguirmos este ritmo, 2022 vai ser o segundo ano de aquecimento deste setor. Um setor claramente em expansão e que se define como o que prevalecerá no futuro se quisermos fomentar uma mobilidade mais sustentável e contribuir para um planeta mais saudável.

 

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