SUSTENTABILIDADE| 15.07.2021
Mónica Zuleta: “Precisamos mais do que nunca da Agenda 2030”
Estamos falando do pacto global mais ambicioso da atualidade para transformar o presente e garantir um mundo mais justo, mais igualitário, mais próspero e mais seguro para todos. É nisso que acredita Mónica Zuleta, diretora corporativa de Sustentabilidade da MAPFRE, que considera que a Agenda 2030 pode e deve contribuir para mudar o mundo. Desde a aprovação da Agenda 2030, em 2015, a MAPFRE incluiu em seu plano de sustentabilidade projetos e compromissos concretos para contribuir com cada um dos objetivos, que são, de fato, um compromisso conjunto. No momento, a empresa contribui com sete ODS de ação prioritária, o que nos permite cumprir com #AParteQueNosToca.
O que é a Agenda 2030 e como você acha que ela afeta o mundo?
Eu a definiria como o grande roteiro da comunidade internacional para o futuro da sociedade e do planeta, e acho que é a nossa melhor aposta para alcançar uma verdadeira transformação social e econômica, algo que, neste momento, é mais do que necessário para lidar com os desafios atuais e futuros, especialmente os causados pela pandemia.
Os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável falam exatamente desses importantes desafios, presente em áreas como diversidade, justiça, saúde, educação, meio ambiente e crescimento econômico. Acho que é importante ter em mente que todos esses objetivos estão ligados entre si, e que é preciso trabalhar em conjunto para atingir as diferentes metas propostas.
O que você destacaria da Agenda 2030?
Para mim, a Agenda 2030 representa um marco, porque é a primeira vez que se concretizou um acordo geral na comunidade internacional com o objetivo de erradicar a pobreza, reduzir as desigualdades e agir em relação à emergência climática. Acho que isso é reflexo da necessidade e da urgência dessa Agenda.
A pandemia deixou as desigualdades mais evidentes e aumentou muitos dos problemas que já estavam em pauta. Por isso, acho que precisamos, mais do que nunca, da Agenda 2030 e que só vamos poder sair dessa crise se alcançarmos seus objetivos.
O Pacto Global recebeu das Nações Unidas a missão de trabalhar todos esses objetivos com o setor privado. Que papel você acha que as empresas desempenham na Agenda 2030? Em que consiste a ação da MAPFRE para contribuir com essa pauta ambiciosa?
Esse pacto nos convida a olhar para o global sem perder de vista a perspectiva local, que é onde temos um efeito mais visível. Por isso, acho que nenhuma empresa pode ser relevante no longo prazo se não atuar em prol do bem-estar das pessoas que vivem em seu entorno, em sua comunidade. Isso é algo que sempre esteve claro para nós e que nos fez considerar a sustentabilidade como um elemento prioritário na gestão do negócio. Acreditamos que a Agenda 2030 pode e deve contribuir para mudar o mundo, e estamos totalmente comprometidos com seus objetivos, que são, de fato, um compromisso conjunto.
Em quais ODS vocês estão trabalhando atualmente?
Neste momento, estamos focados em sete ODS de ação prioritária, que são: Erradicação da pobreza (ODS 1), Saúde e bem-estar (ODS 3), Trabalho decente e crescimento econômico (ODS 8), Cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11), Ação contra a mudança global do clima (ODS 13), Paz, justiça e instituições eficazes (ODS 16) e Parcerias e meios de implementação (ODS 17).
Com o ODS 1, por exemplo, buscamos gerar impacto econômico e social positivo nos mais de 30 países onde estamos presentes e criamos oportunidades de emprego inclusivas. Sobre o ODS 3 eu destacaria nosso compromisso em proteger a saúde e o bem-estar de nossos clientes e funcionários, promovendo ambientes de trabalho saudáveis e contribuindo para a prevenção de acidentes. Do ODS 13, ressalto o nosso compromisso com uma economia de carbono neutro, com objetivos cada vez mais ambiciosos em relação a assinaturas e investimentos, com projetos de energias renováveis e com uma estratégia clara para proteger as pessoas em caso de desastres ambientais.
“As empresas inovam, transformam e criam riqueza, aspectos que com certeza contribuem com a Agenda 2030”
Na sua opinião, quais são os principais desafios do setor privado relacionados com a Década de Ação? Como a MAPFRE está atuando?
Sem dúvida, a Agenda 2030 faz uma convocação para o setor privado porque nos considera agentes de desenvolvimento econômico e social. As empresas inovam, transformam e criam riqueza, aspectos que, com certeza, contribuem com a Agenda 2030. Isso representa, além disso, uma oportunidade clara para todas as empresas, já que podem encontrar nos ODS um caminho para alinhar suas estratégias com o desenvolvimento sustentável, encontrar novas oportunidades de negócio e desenvolver produtos e serviços sustentáveis para gerar valor competitivo. Também é uma oportunidade evidente para responder às necessidades sociais, demonstrar a sua rentabilidade e garantir que as ações da empresa significam alguma coisa para todas as partes interessadas, sem deixar ninguém para trás.
Desde a aprovação da Agenda 2030, em 2015, incluímos em nosso plano de sustentabilidade projetos e compromissos concretos para contribuir com cada um dos objetivos com que estamos mais envolvidos. Também participamos de vários fóruns e temos vários grupos de trabalho com o objetivo de analisar melhor o nosso impacto nos ODS e informar, de forma transparente, nosso desempenho às partes interessadas.
A situação que estamos vivendo deve necessariamente nos fazer refletir sobre as prioridades, mas, sem dúvida, a saúde, o desenvolvimento econômico e a proteção do planeta são alguns dos desafios mais urgentes.
“A Agenda 2030 faz uma convocação para o setor privado porque nos considera agentes de desenvolvimento econômico e social”
Com que ações você considera que cada um de nós pode contribuir para alcançarmos os objetivos da Agenda 2030?
Acho que todos devem trabalhar juntos pelo mundo que queremos. É exatamente o que queremos dizer com #AParteQueNosToca, que representa justamente os milhares de gestos que todos podemos fazer para proteger o planeta e construir um presente e um futuro para as pessoas. Acredito que o mundo muda quando cada um de nós faz a sua parte, seja ela grande ou pequena, e isso começa com ações individuais e com cada uma das escolhas que fazemos diariamente.
O desafio está em cada um de nós sermos capazes de encontrar um estilo de vida da forma mais sustentável possível todos os dias. Eu, por exemplo, estou cada dia mais convencida da importância do consumo responsável, de reciclar mais, optar por alimentos de origem local, promover a igualdade e a inclusão, por fim, usar a nossa própria responsabilidade social para impulsionar a mudança. Temos que ser um bom exemplo para as próximas gerações, que vão substituir a nossa.