LGBTI+ na empresa, um compromisso com a diversidade e a igualdade de oportunidades

Neste espaço de análise e reflexão sobre a diversidade no ambiente de trabalho, presidido pelo lema “Diversos, Somos Únicos”, foi possível escutar a experiência de três representantes de multinacionais que há muito tempo trabalham neste âmbito, como Alba Herrero, diretora de Recursos Humanos da SAP para a Europa do Sul e África francófona, também premiada em 2021 como a melhor a profissional em diversidade e inclusão na Espanha. Também tivemos o prazer de contar com Josué Ruiz, quem atualmente é Brand Manager da OLAY, na Procter and Gamble, e com Salvador Lorenzo, gerente de Diversidade e Conciliação da Repsol, um verdadeiro especialista em treinamento profissional.

A palestra começou com uma reflexão. “Todas as grandes corporações possuem políticas e normas que protegem a diversidade e avançamos bastante. Mas são elas suficientes para essa mudança cultural que deve ser interiorizada nas empresas de padronização das realidades do grupo LGTBQI+?”

Todos coincidiram que grandes avanços foram realizados neste sentido em nosso país, mas há muitos aspectos nos quais é necessário e urgente incidir para construir uma sociedade mais tolerante e livre.

“Realizar este tipo de palestras é muito importante porque, como dizemos na diversidade, aquilo que não é visto, que não é visível, não existe, portanto, se este debate não for aberto, é como se o tema não existisse”, afirma Alba Herrero em resposta a esta primeira pergunta.

A conferência também enfatizou em aspectos como o medo que sofrem as pessoas a serem discriminadas por sua condição sexual ou de gênero no âmbito profissional e de não serem capazes de progredir neste sentido. Alba destacou como a SAP conferiu muita importância à tolerância 0 a qualquer discriminação e que isto tem sido a base de todas suas políticas:

“É fundamental que qualquer funcionário entenda que o respeito é máximo, que isto não é um debate político, que é uma questão de direitos humanos e que todos somos iguais e devemos ter o mesmo direito e as mesmas oportunidades”.

“Desde o início fomos claros, tolerância 0 a qualquer tipo de discriminação”.

Ela também detalhou as políticas de acompanhamento ao grupo transgênero que há na empresa e as ações desempenhadas no âmbito LGTBQI+ e como, por exemplo, foi uma das primeiras empresas em 2017 em assinar o tratado das Nações Unidas que serviu como roteiro para trabalhar estas políticas.

Salvador Lorenzo, por sua vez, detalhou o papel das empresas na implementação de uma série de valores para tirar o máximo potencial de seus funcionários, afirmando que: 

“Se você não entendeu que a riqueza está na diversidade, na igualdade de oportunidades e na possibilidade de que o talento se manifeste quando a pessoa está confortável em seu trabalho, o resto dificilmente vai funcionar”. 

“Acredito que as empresas que querem talento devem deixar que o talento floresça em sua totalidade, e isto é não deixando nada de fora.”

Josué Ruiz, Brand Manager da OLAY, apresentou a importância dos Comitês Executivos, da diretoria das empresas e dos executivos que lideram grupos de trabalhos em abordar esta problemática:

“Para que os funcionários que ingressam possam ser eles mesmos cento por cento desde o primeiro dia, tornar a equipe o mais produtiva possível e liberar seu potencial”.

Além disso, manifestou a importância das histórias reais, ao invés dos números, para que os funcionários possam se expressar com liberdade na frente de seus colegas e estejam à vontade no ambiente de trabalho.

Os convidados também abordaram temas como visibilizar a realidade do grupo, os processos de seleção e recrutamento que trabalham perguntas de LGTBI, a ruptura de relações trabalhistas com funcionários, empresas, clientes ou prestadores que não sejam tolerantes, porque este fato não é um tema político, como afirmou Aurora no início da sessão, mas algo que deve estar acima de tudo.

Outro dos temas tratados foi a importância da comunicação, da publicidade e das referências das empresas para visibilizar as realidades do grupo além das fronteiras, já que ainda há países nos quais é mais difícil trabalhar a inclusão. Neste sentido, os palestrantes afirmaram que as campanhas de comunicação realizaram nestes países tinham de ser fiéis a seus princípios e valores, apesar da dificuldade que isso implica em alguns contextos, citando que “obviamente temos que nos adaptar à realidade social legislativa de cada país, mas sempre com os valores da empresa”, e no caso da Procter & Gamble, dando como exemplo a campanha realizada na Índia, em que aparecia uma mãe transgênero. Mas apesar do fato de que em determinados países o tema da diversidade é conflituoso, o desejo de Alba é que para os funcionários, naqueles países nos quais o quadro legislativo não permite, “a empresa seja um oásis onde possam se sentir bem, seguros e protegidos. A assimilação de direito é exatamente a mesma em qualquer país do mundo, independentemente de o quadro legislativo não permitir”.

Como ponto final desta conferência, reivindicou-se que as organizações diversas e plurais são um reflexo de nossos próprios clientes e da própria sociedade. O avanço real apenas é possível construindo uma cultura de empresa, que seja uma verdadeira aliada da diversidade, na qual o funcionário seja de vital importância para os diretores e managers de equipes que devem velar por manter ambientes verdadeiramente inclusivos e abertos, onde essa conversa seja gerada.

Tal e como disse Eva Piera, diretora geral de Relações Externas e Comunicação da MAPFRE, em nossa empresa há muitos anos trabalhamos nos temas de igualdade, inclusão e diversidade. “De fato, valores como a igualdade de oportunidades estão muito enraizados em nossa cultura. Muito trabalho foi realizado em temas de gênero. Fizemos muitos esforços para fechar lacunas. Trabalhou-se no âmbito da diversidade da inclusão, especialmente como vocês sabem, no mundo da deficiência, e a cultura do respeito é muito importante em nossa empresa, e o desenvolvimento do talento e oportunidades está baseado na meritocracia, porque tudo isso nos torna, e nós sabemos disso, uma empresa melhor”.

Somente em um ambiente em que se respeita a heterogeneidade das pessoas e em que todos fazem a diferença, será possível dar o melhor de si. Estamos comprometidos com a diversidade sexual por meio de nossa adesão às Normas de conduta para as empresas em matéria LGBTI, realizadas em 2020.

E como dissemos nesta palestra, é necessário abrir esta conversa, como fizemos neste evento, mas não apenas no mês ou no dia do Orgulho, a defesa da diversidade em todos seus pilares deve ser uma realidade diária, porque, como diz nosso lema: Diferentes somos únicos.

ARTIGOS RELACIONADOS: