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SUSTENTABILIDADE| 05.02.2024

O potencial (ainda) oculto de incluir a deficiência no ambiente de trabalho

Laura Cano Coca

Laura Cano Coca

Hoje em dia, estão sendo realizadas iniciativas interessantes que apostam na inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho ordinário, tanto do âmbito público como do privado, apontando, além disso, o grande valor que proporcionam.
  • O INE aponta que em 2022 apenas 35,3% das pessoas com deficiência, com idades entre 16 e 64 anos, tinham emprego.
  • A MAPFRE conta com mais de 900 trabalhadores com deficiência nos 33 países nos quais está presente, o que representa 3,5% do total de seu quadro de funcionários.

A inclusão das deficiências em qualquer âmbito da vida avançou em passos gigantes nas últimas décadas. A conscientização sobre a desigualdade e as injustiças sofridas por este grupo é um tema urgente que está sendo abordado em todos os setores sociais. Ainda assim, as pessoas com deficiência suportam exclusões que podem chegar a afetar seus direitos e liberdades, reconhecidas por lei, aumentando com isso a desigualdade social e enfraquecendo suas possibilidades de desenvolvimento pessoal.

Quando falamos de mercado de trabalho, esta problemática é realmente evidente e os dados demonstram: segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2022 apenas 35,3% das pessoas com deficiência, com idades entre 16 e 64 anos, tinham emprego. Esta situação repercute negativamente nas pessoas com deficiência e representa uma perda de competitividade, talento e produtividade das empresas.

Quem são consideradas pessoas com deficiência?

Este grupo de cidadãos é diverso, plural e numeroso, como a própria sociedade. Está formado por pessoas com múltiplos tipos e graus de deficiência (intelectual, física, sensorial ou psíquica), o que não implica doença do indivíduo, mas sua diversidade, sendo um fato social que precisa atenção especial para que o interagir em diferentes contextos sociais não impeça sua participação plena neles.

Que dificuldades encontram para sua inclusão no mercado de trabalho?

As principais barreiras encontradas pelas pessoas com deficiência para acessar o mercado de trabalho não são, longe do que se possa pensar, a falta de equipes técnicas ou legislação, mas sim os preconceitos e a desinformação dentro do âmbito (contratantes e colegas), que questionam a validade de seu trabalho. Estas barreiras representam uma vulnerabilidade de suas liberdades e direitos, indo contra princípios como o de igualdade, o direito ao trabalho ou à dignidade, restringindo assim o valor que estas pessoas contribuem para o progresso da sociedade.

O medo do absentismo ou o elevado custo que teria incluir uma pessoa com deficiência na empresa são os temores mais comuns. No entanto, as administrações públicas estão apostando de forma decidida em impulsionar a contratação das pessoas com deficiência para o que se dedica uma importante quantidade de recursos e medidas. Prova disso é o Livro branco sobre emprego e deficiência, publicado na Espanha em 2023 e patrocinado pelo Real Patronato sobre Deficiência, Ministério de Trabalho e Economia Social, CERMI e Fundación ONCE. Esta obra oferece um estudo científico detalhado sobre emprego e deficiência, e propostas de futuro. Revela a grande quantidade de incentivos fiscais, subvenções e auxílios que existem para facilitar a contratação. Portanto, não há pessoas ineficazes, mas trabalhadores com equipamentos ou ferramentas que não respondem às suas necessidades.

Que iniciativas estão sendo implementadas em favor da total inclusão no mercado de trabalho das pessoas com deficiência?

As diferentes leis que tratam da deficiência, como a Lei 13/1982, de 30 de abril, e os Reais Decretos posteriores que a melhoram e adaptam, desenvolveram ferramentas que atualmente são utilizadas na integração sociolaboral das pessoas com deficiência.

Estas incluem medidas que vão desde as ajudas econômicas comentadas anteriormente até programas de promoção para o autoemprego ou capitalização das prestações por desemprego. Em conjunto, foram estabelecidos processos de orientação profissional que são realizados tanto nos serviços públicos de emprego como em organizações que trabalham com este grupo, atendendo suas peculiaridades específicas.

A inclusão da diversidade na MAPFRE

Cabe destacar as ações e iniciativas que realizamos neste sentido na MAPFRE. Temos em andamento um Programa Global de Deficiência com o qual, segundo os números de 2022, realizamos diferentes ações de conscientização: atividades de voluntariado destinadas a pessoas com deficiência, palestras e atividades de conscientização e publicação de notícias na intranet. Igualmente, estamos vinculados aos 10 princípios do Charter da Diversidade da Fundación Diversidad na Espanha, um projeto que tem como objetivo promover a transformação cultural que propicia ambientes profissionais inclusivos, impulsionando a competitividade e a produtividade das companhias.

Além disso, contamos com mais de 900 trabalhadores com deficiência nos 33 países nos quais está presente, o que representa 3,5% do total de seu quadro de funcionários. Destes, 98,4% têm contrato fixo e 93,7% em tempo integral.

Estas ações se apoiam em nossa Política de Diversidade e Igualdade de Oportunidades, que reúne pontos como o de «criar planos de integração para grupos específicos, especialmente o de pessoas com deficiência» ou o de comprometer toda a organização com a diversidade».

A inclusão profissional das pessoas com deficiência é uma necessidade urgente que a sociedade está demandando, por isso não pode ser adiada. O capital humano, o talento e a igualdade de direitos devem nos conscientizar sobre o imenso potencial que podemos desenvolver se não deixarmos ninguém de fora.

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