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SUSTENTABILIDADE | 18.04.2024

A importância da colaboração entre gerações na empresa

Dalia Alonso

Dalia Alonso

No livro O fator idade, Ana Matarranz e Enrique Arce desenvolvem como a convivência intergeracional no trabalho pode beneficiar as empresas e a sociedade.

Ana MatarranzAna Matarranz é diretora geral da Howden People e da Compensa Capital Humano. Conversamos com ela a respeito da diversidade intergeracional das empresas e do seu novo livro, O fator idade, coescrito com Enrique Arce e publicado pela LID Editorial, no qual explica por que a convivência de trabalhadores juniorese seniores é fundamental para qualquer empresa que queira aumentar sua produtividade e estar a serviço da sociedade.

Nesta linha, é importante a promoção e inclusão do talento sênior para garantir este enriquecimento das equipes de trabalho. Como exemplo disso, a MAPFRE lidera pelo terceiro ano consecutivo o ranking de empresas do IBEX 35 por seu firme compromisso com o grupo sênior e a diversidade geracional dentro da empresa.

Por que é importante que em uma empresa convivam profissionais de diferentes gerações?

Cada geração traz consigo experiências únicas, conhecimentos especializados e habilidades diversas. A combinação destas perspectivas pode enriquecer a criatividade e a inovação dentro da empresa. A transferência de conhecimentos também é um fator-chave: os trabalhadores mais jovens podem se beneficiar do conhecimento e da experiência dos funcionários mais velhos, enquanto estes últimos podem aprender novas tecnologias e tendências do mundo profissional atual dos mais jovens. Isto ajuda a fomentar a aprendizagem contínua na empresa e resulta em uma melhoria do ambiente de trabalho. 

“40% dos responsáveis por recursos humanos admitem descartar automaticamente os currículos de candidatos maiores de 50 anos”

O que os juniores proporcionam para os seniores, e vice-versa?

Enquanto isso os juniores proporcionam inovação e criatividade, conhecimento tecnológico, energia, entusiasmo e novos pontos de vista, os funcionários mais experientes acumulam experiência e sabedoria, redes e contatos desenvolvidos ao longo de suas carreiras, resiliência e capacidade de resolução de problemas e certas doses de estabilidade e calma indispensáveis para solucionar situações complexas. Este equilíbrio é essencial para o sucesso das empresas, que se beneficiarão das sinergias. 

Uma das causas mais descritas na hora de rejeitar a candidatura de um profissional jovem é a falta de experiência. Não é uma contradição então não dar uma oportunidade de trabalho? Por outro lado, com os profissionais de mais de 50 anos acontece algo similar e ao mesmo tempo oposto: sua idade é vista como um demérito, e não como uma garantia de experiência.

As empresas devem ter consciência da importância de integrar talento das diferentes gerações. Em O fator Idade coletamos os testemunhos de vários jovens da geração Z que destacam a importância de potencializar o diálogo intergeracional para promover que os jovens possam absorver a metodologia de trabalho. Por outro lado, também é absolutamente necessário avaliar e aproveitar o conhecimento e a experiência acumulada no talento sênior, ativos ainda importantes no ambiente de trabalho. Na Espanha, infelizmente, o talento sênior fica relegado fora do mundo do trabalho. É o único país no qual isto ocorre. 40% dos responsáveis por recursos humanos admitem descartar automaticamente os currículos de candidatos maiores de 50 anos, ignorando assim a vasta experiência e conhecimento que poderiam contribuir para as empresas.

O que as empresas podem fazer para garantir que não haja discriminação por idade na hora de acessar o emprego?

Como fazem em outros países, é possível estabelecer procedimentos ou políticas de contratação focados em competências e habilidades, evitando aspectos como a idade. A análise de dados pode ser uma ferramenta muito útil para identificar possíveis padrões de discriminação por idade e tomar medidas corretivas apropriadas, analisando regularmente os dados de contratação e fidelização do talento em cada organização.

«As empresas devem ter consciência da importância de integrar talento das diferentes gerações»

Como um ambiente de trabalho inclusivo beneficia a sociedade?

Ajuda a construir uma comunidade mais igualitária, coesa e próspera. Ao promover a diversidade e a inclusão no trabalho, pode-se contribuir significativamente para a redução das desigualdades sociais em diferentes grupos demográficos. Eliminando as barreiras e os preconceitos e proporcionando um ambiente no qual todos os funcionários se sintam valorizados e respeitados contribuindo para o seu bem-estar, as empresas podem aproveitar plenamente a diversidade de talentos disponíveis, o que leva a uma maior produtividade, inovação e criatividade no trabalho.

A convivência intergeracional pode oferecer mais benefícios econômicos às empresas? Por exemplo, com a ampliação do público-alvo, diferentes referências e pontos de vista…

Efetivamente, uma convivência intergeracional real e políticas de inclusão e diversidade adequadas podem se traduzir em uma maior produtividade. E isto se dá através das contribuições dos jovens com suas novas ideias e abordagens e os conhecimentos baseados na experiência dos mais experientes. Além disso, as empresas que incentivam a convivência intergeracional podem ser vistas como lugares de trabalho mais atraentes para o talento de todas as idades. Além disso, tendem a ter uma melhor reputação entre seus clientes, colaboradores e sociedade em geral, o que pode se traduzir em maiores oportunidades de negócio.

 

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