SEGUROS| 10.05.2022
O dado como valor estratégico nas seguradoras
Participamos no Data Driven Day, que girou em torno da transformação data driven nos setores segurador, energético e industrial.
O caminho rumo a uma empresa data driven deve ser um compromisso estratégico como companhia, com objetivos reais e compartilhados através do desenvolvimento de uma visão transversal e com a eliminação de silos dentro da organização. Nisso coincidiram os convidados da II edição do Data Driven Day, celebrado em Madri no contexto do Chief Data Officer Day.
De vantagem competitiva a obrigação corporativa
É o momento de impulsionar a datalização dos setores seguradores, energético e industrial, três motores da economia chave na transformação do mercado nos próximos anos. Assim, torna-se imprescindível a implementação pelas empresas de uma Governança de Dados mais ágil, configurável e flexível.
Pilares fundamentais de um bom modelo de Governança de Dados
- Processos de Gestão de Dados: que permitam definir fluxos de trabalho dentro da organização.
- Linguagem comum em relação ao dado dentro da organização: por exemplo, com a elaboração de um glossário de termos compartilhados para todos os departamentos.
- Organização eficiente: criação de novas equipes e escritórios de dados que promovam a implantação da cultura do dado na empresa através da geração de valor e a melhoria contínua.
- Qualidade do dado: não é possível tomar decisões com dados de pouca qualidade. É importante definir padrões, parâmetros e métricas que ajudem a cuidar e monitorar a qualidade do dado dentro da organização.
- Tecnologia: habilitador das arquiteturas de dados de referência, soluções tecnológicas, modelos de informação e critérios de infraestruturas que permitem a implementação técnica dos dados.
- Segurança: incorporada na cultura de todas as organizações, deve estar presente em toda gestão de dados para garantir seu uso correto.
Maribel Solanas, Chief Data Officer da MAPFRE, explicou como está sendo abordado de maneira gradativa este processo de mudança na empresa, considerando como pilar fundamental a experiência e o conhecimento interno existentes e avaliando o que podem fornecer ao momento atual.
O talento interno é chave, razão pela qual promovemos formação específica, mas também é complementada com captação externa quando necessário. A partir do mais operacional ao mais disruptivo, a dinâmica de trabalho das equipes está sendo transformada com a combinação da fortaleza de um conhecimento rigoroso do negócio com as novas capacidades, sempre a serviço dos objetivos estratégicos da empresa.
“Um dos principais desafios no processo de transformação das seguradoras para companhias data driven é entender a complementaridade de tudo o que fazemos, tanto das experiências, das capacidades e dos conhecimentos que já possuímos dentro da empresa, como das capacidades e disciplinas das novas formas de trabalho, muito mais colaborativas e flexíveis”, sublinhou a Chief Data Officer da MAPFRE.
Para tornar tangível o benefício obtido mediante a melhoria da Governança de Dados dentro das empresas, é elementar estabelecer princípios de medição que expliquem as vantagens de trabalhar sem silos e com o reaproveitamento entre os diferentes processos.
“A função da Governança de Dados não é de finalidade, mas de meio para atender a uma necessidade e obter um resultado” (Maribel Solanas)
A empresa também conta com o MAPFRE Open Innovation (MOI), um modelo de inovação aberta que trabalha com tecnologias emergentes para transformar radicalmente o modelo operacional da MAPFRE e desenvolver produtos seguradores de nova geração.
Nesse sentido, o MOI permite paralelizar casos de uso e pilotos com outras iniciativas de meio e longo prazo, porque combinando ambas as facetas é possível obter resultados tangíveis. Além disso, possibilita a avaliação de investimentos em desenvolvimento de capacidades, a priorização e a abordagem de outras iniciativas tendo em conta o impacto no benefício da empresa.
#DataSecurity
O exponencial crescimento dos dados e o valor que oferecem exigem estreita colaboração das diferentes equipes de Dados, Privacidade, Marketing e Ética, para desenhar práticas confiáveis baseadas em dados.
No contexto pós-pandemia, dinamizou-se o uso de data science por parte das seguradoras. Por isso, é importante contar com a função de privacidade para construir um modelo de dados confiável com uma perspectiva customer centric, em que o Privacy by Design e a engenharia de privacidade (k-anonimidade e privacidade diferencial) sejam um eixo de apoio para se converter em uma entidade data driven.
“Nosso grande desafio é garantir que tanto o grande volume de dados externos quanto internos sejam coletados de forma transparente e tratados segundo diretrizes éticas que considerem os direitos e as liberdades dos interessados”, asseverou María Luisa Fernández, advogada especialista em Privacidade e Proteção de Dados da MAPFRE ESPAÑA.
#DataIntelligence
No Data Driven Day também foram analisadas as tendências, foram propostas ideias e possíveis soluções para os novos desafios do futuro no ambiente do Big Data, Machine Learning, cibersegurança e novas tecnologias cognitivas.
Esses âmbitos são referências da mudança que está transformando as seguradoras, onde um dos grandes desafios é criar mais negócio através da aprendizagem contínua baseada em dados que são gerados na interação com o cliente.
O diretor de Advanced Analytics da MAPFRE ESPAÑA, Diego Bodas, fez menção do novo tipo de cliente “que processa um imediatismo absoluto, que é um desafio para o setor segurador, que tradicionalmente esteve muito limitado pela complexidade do negócio”.
Agilizar o atendimento ao cliente e que este não perceba a burocracia dos processos internos é um dos objetivos principais na MAPFRE, onde nos últimos anos foram realizados grandes avanços por exemplo, no referente aos processos de verificação digital.
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