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SAÚDE | 01.07.2021

Saber agir, o segredo para salvar vidas em caso de parada cardíaca

Se você estivesse diante de uma pessoa sofrendo uma parada cardíaca, saberia o que fazer? Os dados revelam que 74 a 94% das mortes não traumáticas ocorridas durante a prática esportiva se devam a causas cardiovasculares. Ainda assim, continuamos tendo um grande desconhecimento sobre como agir até a chegada dos serviços de emergência. 

Há apenas alguns dias, o coração do jogador de futebol dinamarquês Christian Eriksen deixou de bater repentinamente durante uma partida da Eurocopa. Felizmente, o jogador pôde ser reanimado no próprio campo e transferido para um hospital e estabilizado a tempo. Foi possível salvar a vida de Eriksen, mas muitos outros atletas não têm a mesma sorte. Devido à relevância pública desse evento e à divulgação na mídia, a necessidade de educar a população para saber como agir no caso de alguém sofrer parada cardiorrespiratória voltou a ser posta em cima da mesa.

Levar a RCP para as escolas

Apesar de tudo em que podemos acreditar, as mortes causadas por paradas cardíacas fora do ambiente hospitalar excedem as mortes por acidentes rodoviários. No entanto, temos muito mais consciência sobre estas últimas do que sobre as primeiras. Na Europa, é uma das principais causas de mortalidade, e só na Espanha ocorrem cerca de 30 mil casos por ano.

Para que todos saibamos desde cedo como agir, é necessário que sejamos claros: diante de uma parada, é importante agir o mais rapidamente possível. “Se todos os cidadãos realizar manobras de reanimação cardiopulmonar, muitas mortes seriam evitadas”, explicou Antonio Guzmán, Diretor da Área de Promoção da Saúde da Fundación MAPFRE.

Por esse motivo, na Fundación MAPFRE e no CERCP (Conselho Espanhol de Reanimação Cardiopulmonar), em colaboração com o COLEF (Conselho Geral de Educação Física e Esportiva), foi desenvolvido o programa educacional Aprendendo juntos a salvar vidas, focado no treinamento em RCP (Reanimação Cardiopulmonar) tanto para estudantes como para professores. Esse programa foi pensado para ser realizado por alunos e alunas entre os 10 e os 17 anos de idade. Ele foi desenvolvido para ser incorporado ao currículo e abordar a temática de uma abordagem transversal e de competência. O treinamento, quando oferecido cedo, é a melhor maneira de criar uma sociedade sensibilizada e preparada para enfrentar uma situação de emergência com parada cardiorrespiratória. 

Não são só os atletas de elite que correm riscos

Um estudo publicado na REC (Revista Espanhola de Cardiologia) conclui que a morte súbita associada ao esporte ocorre em 96% dos casos em atletas recreativos. A causa mais frequente desse tipo de óbito (63%) é a doença cardíaca isquêmica, ou seja, infartos do miocárdio ou anginas de peito.

Só na Espanha, a SEC (Sociedade Espanhola de Cardiologia) aponta para cerca de 120 vítimas por ano. Além disso, 90% dos casos afetam homens de meia idade, uma vez que as mulheres são mais protegidas contra paradas cardíacas devido aos hormônios secretados antes da menopausa. Indivíduos que correm mais risco de sofrer paradas são aqueles que praticam futebol e têm menos de 35 anos, ciclismo e corrida a pé a partir dos 39 anos.

Jogue seguro, também no esporte amador

Hoje, “a medida mais eficaz para prevenir a morte súbita durante a prática esportiva continua sendo a realização de manobras de reanimação cardiopulmonar e a utilização rápida de um desfibrilador”, explicou Antonio Guzmán.

Com esse objetivo, no final de 2014, a Fundación MAPFRE e o Ripoll y de Prado Sport Clinic, Centro Médico de Excelência da FIFA, lançaram a campanha JOGUE SEGURO. Uma iniciativa mundial para promover a saúde cardíaca e oferecer treinamento básico necessário para a realização de reanimação cardiopulmonar no esporte amador.

 

Passo a passo para prestar assistência a uma vítima de parada cardiorrespiratória

Os passos recomendados pelas autoridades de saúde são:

  • Ligar para o serviço de emergência do país. No caso da Europa, o 112.
  • Solicitar um DEA (desfibrilador)
  • Iniciar imediatamente as massagens torácicas
  • Quando o DEA estiver disponível, usá-lo seguindo as instruções
  • Continuar a reanimação até a chegada dos serviços de emergência