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SAÚDE | 11.05.2020

O “reset” emocional pela COVID-19: a família e o prazer dos sentidos

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As pesquisas de percepção dos consumidores refletem que há um desejo de recuperar gestos simples, mas também uma maior inclinação para a experiência virtual
Solidão, ansiedade, medo e inatividade. A disseminação da pandemia, as medidas preventivas adotadas (confinamento, distanciamento etc.) e as consequências para a economia e o emprego mudaram vidas, alguns dizem para sempre, assim como nossos comportamentos. Como consumidores, nossas emoções e percepções também mudaram.
Embora seja impossível estabelecer uma imagem atual, precisamos aguardar para mensurar seus efeitos reais quando a normalidade e o consumo forem retomados. Pesquisas como a realizada pelo MomentumWorldwide em mercados bem diversificados (EUA, Reino Unido, Canadá, Japão, México e Espanha) já nos dão indícios disso. Há um reset ou reinício profundo, fruto da insondável reflexão que, forçosamente, provocou esta crise.

Reavaliar prioridades

Na Espanha, 91% das pessoas admitem que a situação levou a uma reavaliação de prioridades e, nessa porcentagem, estão os que tentam se manter positivos diante dos seus parentes, mas que de fato estão preocupados. O medo na Espanha se concentra mais na saúde dos entes queridos do que na própria saúde dos entrevistados.

Com 97 e 96%, México e Japão lideram, junto com a Espanha e os EUA (na faixa dos 90%), a maior mudança de prioridades. No Reino Unido 80% e no México 93% das pessoas acreditam que a pandemia os tornou pessoas melhores.

Nove em cada dez consideram importante se permitir, e oito em cada dez pensam em recompensar as pessoas e marcas que estiveram próximas.

Entre 81% no Reino Unido e 93% no Japão, em todos os países aumentou a proximidade da família. Todos reivindicam maior nível de ação e compromisso com as marcas. Na Espanha, até 86% recompensarão todos que destinaram recursos para ajudar e agir contra a pandemia. O “C” de COVID-19 nos convida a sermos consequentes.

Percepções pós-COVID-19

É arriscado dizer se voltaremos ou não, após esta crise, à nossa vida normal: metade das pessoas acredita que não se sentirá confortável no supermercado, nem interagindo em um evento. Em torno de 66% das pessoas planejam ir a um restaurante e 50% planejam viajar. Mais de 70% voltariam a assistir a um evento ao vivo entre um e três meses.

Um quarto dos entrevistados se sentiria à vontade para se juntar a 10 mil pessoas em sete meses ou um ano, embora 27% delas acreditem que nunca mais se sentirão bem com tantas pessoas.

Realidade virtual

Em todos os mercados analisados, mais de 65% admitem que não é necessário assistir presencialmente a alguma coisa para sentir que viveu a experiência e mais de 78% enxergam com outros olhos as experiências on-line agora.

Há um pouco de nostalgia (em participar de um evento esportivo ou ir à lojas, mesmo aceitando que seja por meio da realidade virtual) e também de otimismo (seremos melhores, seremos mais unidos). O “C” de COVID-19 antecipa mudanças e alguma contradição.