INOVAÇÃO| 23.01.2023
Tecnologia e prevenção: as tendências que redefinirão os seguros em 2023
Saúde, mobilidade, riscos climáticos e cibersegurança marcarão a estratégia de adaptação das empresas de seguros. Inclusão de serviços de saúde mental e telemedicina nas apólices, seguros à carta para uma nova mobilidade, apps e inteligência artificial para avaliar e reduzir os riscos da mudança climática, e reforço da segurança cibernética são os principais desafios das seguradoras -como a MAPFRE- no novo exercício. Em 2023, a prevenção e a tecnologia a serviço do cliente e as empresas são uma prioridade. Na MAPFRE cuidamos do que é importante para você.
A instabilidade como nova normalidade. É o mantra que ressoa nos escritórios de consultoras e grandes corporações, e que ilustra a situação da mudança constante. Cidadãos e empresas tiveram de adaptar-se nos últimos três anos para enfrentar os desafios gerados pela pandemia, a guerra na Ucrânia e suas consequências energéticas e econômicas, e a mudança climática. E a chave para conseguir isso foi a transformação tecnológica e cultural.
Esta transformação também chegou aos seguros, que apostam emaproveitar as novas oportunidades surgidas desta conjuntura. Adaptar-se com agilidade e oferecer aos clientes novas fórmulas de proteção serão a chave.
Destes cenários nascem as tendências que marcarão o mundo dos seguros em 2023 e que apontam para as áreas de saúde, mobilidade, riscos climáticos e cibersegurança, áreas estas para as quais a MAPFRE Open Innovation (MOi) dirige sua análise e soluções. Ganham relevância a prevenção, os seguros sob medida e o uso de tecnologias de nova geração —como big data, inteligência artificial (IA) e a Internet das coisas (IoT)— em toda a cadeia de valor.
Saúde: inovação e novas coberturas
Os estudos apontam para uma ampliação e melhora nas coberturas, que pouco a pouco vão integrando em sua oferta a saúde mental, a telemedicina, e novas tecnologias e dispositivos focados em agilizar o diagnóstico e o acompanhamento dos pacientes.
Cada vez existe mais consciência sobre os riscos que os problemas de saúde mental implicam, tanto para o bem-estar das pessoas como para a estabilidade das organizações, o que fez com que no último ano a percentagem das seguradoras que incluem serviços orientados a este âmbito tenha subido 10%, conforme aponta a consultora Mercer Marsh Benefits (MMB) no Relatório de pesquisa global de seguradoras. MMB Health Trends 2023. No entanto, 16% das empresas de seguros não oferece nenhum tipo de cobertura deste tipo.
A maioria (61%) inclui um máximo de dez sessões anuais de assessoria psicológica e/ou psiquiátrica. Enquanto as que oferecem assessoria ilimitada se reduzem a 16%. O tratamento hospitalar está disponível em 53% das empresas, e 40% também presta assessoria virtual por videochat para o acompanhamento da ansiedade ou da tristeza.
Este último caso exemplifica outra grande tendência no âmbito da saúde, a telemedicina. Serviços como a teleconferência com o médico, que irromperam com a pandemia, transformaram-se nos dois últimos exercícios em um dos serviços mais buscados. Segundo dados da MMB, 77% dos clientes que usou este tipo de atendimento em 2020 quer continuar usando. Por isso, hoje 72% das seguradoras inclui a telemedicina para a saúde geral.
Savia, a plataforma de saúde digital da MAPFRE, continuou reforçando o cuidado emocional das pessoas após o lançamento da videoconsulta de psicologia. Agora também oferece ao paciente a possibilidade de segmentar sua busca por tipo de transtorno com o objetivo de conseguir um cuidado mais personalizado e específico de sua saúde emocional.
Por outro lado, dispõe de um modelo de wellbeing corporativo que responde à necessidade das empresas de cuidar seu principal capital, seus funcionários e que age sobre outros dois pilares: o da saúde nutricional e o da saúde física.
Também há cada vez mais as que inovaram para reduzir custos e oferecer aos clientes uma melhor experiência através de novas ferramentas digitais. Assim, uma entre cada quatro seguradoras já oferece aplicativos para sugerir diagnósticos em condições médicas simples e wearables para que os pacientes possam autogerenciar seu bem-estar.
Mobilidade: apólices à carta para um novo transporte
A aparição de novas formas de transporte mais sustentáveis e conectadas, como os veículos de mobilidade pessoal (VMP), o carsharing, os sistemas de ajuda à direção ou o mobility as a service, que combina tendências de mobilidade compartilhada com o transporte público, deram lugar a um novo panorama segurador, com fórmulas para garantir uma proteção mais flexível, imediata e personalizada.
A MAPFRE impulsiona a mobilidade sustentável através de diferentes vertentes que incidem em sistemas e serviços ao alcance das pessoas. Conta com um Mobility Lab integrado no CESVIMAP, que colabora com startups, universidades, centros de pesquisa, fabricantes de automóveis e administrações públicas para antecipar o impacto das novas formas de mobilidade no setor segurador e na sociedade.
Recentemente, a Diretoria Geral de Tráfego (DGT) espanhola anunciou que logo “se exigirá um seguro obrigatório para patinetes elétricos”. O aumento de incidentes e a expansão do uso destes veículos levantou a voz de alerta. Até pouco tempo, muitos seguros residenciais incluíam cobertura a ciclistas e já há seguradoras que dispõem de apólices de responsabilidade civil para proprietários e/ou usuários de patinetes, segways, hoverboards, bicicletas e monociclos, os veículos mais usados.
Por outro lado, o auge da economia gig, impulsionada por plataformas como Uber ou Deliveroo, gerou um novo tipo de funcionário autônomo, com mais riscos e menos proteção no trabalho. Esta circunstância apresenta uma clara oportunidade de negócio para as seguradoras, centradas agora em oferecer apólices adaptadas às necessidades destes trabalhadores.
Também ganha importância a inovação tecnológica. Como salientou Andrew Rose, presidente da OnStar Insurance, à revista da consultora McKinsey, “os veículos do futuro requerem seguros do futuro”. Graças a tecnologias como a Internet das coisas (IoT) e através de um simples app, as seguradoras podem obter dados em tempo real do comportamento dos motoristas ao volante e premiar em suas apólices aqueles que tenham hábitos seguros de direção. Deste modo, as apólices personalizam-se em função da direção, mas também do uso do automóvel: paga mais quem mais usa.
Os aplicativos também podem ajudar a avaliar com precisão os acidentes e oferecer um maior valor a seus clientes. Já instalados em algumas frotas empresariais, são especialmente benéficos para aquelas organizações dedicadas ao negócio da mobilidade e ao transporte.
Riscos climáticos: tecnologia para prevenir, analisar e monitorar
Os riscos climáticos estão adquirindo uma relevância muito significativa. Tal como adverte o recente relatório da ONU Mudança climática 2021: a base da ciência física, as situações climáticas extremas e os desastres naturais afetarão, cada vez em maior medida, o planeta. Estas inevitavelmente implicarão perdas humanas, mas também numerosos danos para as propriedades e os negócios. Por isso as seguradoras já começaram a desenvolver novas soluções, que se servem das últimas tecnologias, para antecipar catástrofes, prevenir riscos, avaliar danos ou tramitar sinistros.
Graças a um novo ecossistema digital, que integra sistemas de detecção baseados em sensores, inteligência artificial (IA) e IoT, as seguradoras podem prevenir desastres naturais baseando-se em dados em tempo real, e não em informação histórica e padrões climáticos que já não existem. Isto facilita a prevenção de riscos ou o cálculo de perdas que estes eventos podem gerar.
A monitorização de catástrofes também se está modernizando mediante drones e outras tecnologias robóticas de imagem e vídeo, que facilitam o processo de inspeção de catástrofes ou a visualização de enchentes. Os dados que oferecem, processados mediante IA, permitem agilizar a resposta em situações de crise e a avaliação dos riscos.
E, se descemos ao nível usuário, já são muitas as empresas que oferecem apps para avisar seus clientes de riscos meteorológicos mediante tecnologia de geolocalização, big data e IA. Estes aplicativos contribuem, além disso, para impulsionar comportamentos mais seguros e sustentáveis entre os clientes.
Cibersegurança: de risco tecnológico a risco para o negócio
Outra tendência que emerge com força, segundo o aumento nos ciberataques a empresas, é a cibersegurança, ou como defender os computadores, os servidores e outros dispositivos de ataques maliciosos. Por este motivo prevê-se que esta indústria cresça a um ritmo anual de 10% até 2025, segundo o GlobalData.
Tal como afirma o especialista em seguros Michael Jackowski na revista Forbes, “a cibersegurança já não é um risco tecnológico, mas um risco para os negócios”. Por isso as seguradoras estão centrando seus esforços em proteger as empresas mediante tecnologias e novos produtos que permitam prevenir e preparar as ameaças.
O investimento em tecnologias como blockchain ou inteligência artificial, que facilitam a detecção de falhas e o reforço dos sistemas de proteção cibernética, cresce. O mesmo acontece com as alianças com empresas de cibersegurança que possam proporcionar ferramentas úteis na hora de analisar possíveis riscos. E os custos que evitam não são pequenos. Segundo a IBM, as empresas que empregam IA para detectar ciberataques e responder às violações de dados poupam uma média de três milhões de dólares, frente às que não o fazem.
Mais além das tecnologias utilizadas, as seguradoras também estão inovando na criação de soluções adaptadas ao novo contexto profissional e aos novos delitos cibernéticos. Com mais dispositivos conectados às redes e um maior número de pessoas trabalhando de casa, os problemas de deixar a porta aberta a um ciberataque multiplicam-se. Por isso, estão se criando produtos e ferramentas que possam proteger a informação das empresas em situações de teletrabalho ou trabalho híbrido, e conscientizar os trabalhadores sobre a necessidade de serem cuidadosos. Estes vão desde a cobertura por ciberataque até a proteção por erros humanos, a suplantação de identidade corporativa ou a extorsão cibernética.
Este último caso causou numerosas dores de cabeça tanto para empresas como seguradoras nos últimos anos, por isso já existem novos serviços que cobrem os delitos de ransomware ou roubo de dados.
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