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INOVAÇÃO| 18.09.2023

Inteligência Artificial responsável, uma necessidade econômica, tecnológica e social

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A inteligência artificial deverá ser a próxima fronteira da produtividade, com um imenso potencial econômico em todas as indústrias. Ela é considerada pelos analistas como o desenvolvimento tecnológico do século XXI e sua repercussão social já é palpável. Mas para que isto aconteça, a IA deve ser responsável, ou não será.

Não é um segredo que a inteligência artificial (IA) permeou nossas vidas profundamente, desde a tecnologia que está na ponta dos dedos (nossos smartphones, computadores ou veículos cada vez mais autônomos) até o tecido empresarial e econômico, com uma adoção cada vez maior por parte das empresas. Seu desenvolvimento e progresso têm sido analisados e potencializados há mais de uma década.

Os grandes investimentos dos gigantes da tecnologia em pesquisa e desenvolvimento estão alimentando os avanços no campo da IA. Por sua vez, a confiança das organizações na IA e sua percepção da tecnologia como driver essencial para seu crescimento estão impulsionando o aumento dos investimentos. De acordo com estimativas recentes da consultora Precedence Research, o mercado da IA crescerá a uma taxa de crescimento anual composta de 38,1% a partir de 2022, atingindo 1,591 bilhão de dólares até 2030.

Com o boom da IA generativa, graças a aplicativos como ChatGPT, Stable Diffusion ou GitHub Copilot, entre outros, o impacto da tecnologia cresceu exponencialmente. O último estudo do Boston Consulting Group sobre o assunto, “The CEO’s Roadmap on Generative AI”, diz que, até 2027, o mercado da IA generativa terá um tamanho estimado de 121 bilhões de dólares, com um CAGR de 68% (2022-2027).

Todo esse contexto leva a um ponto em que analistas, empresas, desenvolvedores e implementadores de tecnologia, órgãos reguladores e até mesmo a sociedade em geral parecem concordar: o potencial econômico é imenso, mas também envolve incertezas e riscos latentes complexos.

Um potencial para a economia mundial de trilhões de dólares

A IA pode realizar uma grande variedade de tarefas rotineiras, desde a classificação de dados ou textos até a criação desses textos, passando pela automatização do estoque nos depósitos ou pelo gerenciamento de sinistros. Como resultado, ela está permeando cada vez mais as tarefas e operações empresariais, bem como o dia a dia da sociedade.

Além disso, ela tem efeitos muito positivos a nível econômico e pode permitir desenvolvimentos tecnológicos encadeados que aumentarão a taxa de produtividade. Portanto, é uma tecnologia de uso geral necessária para impulsionar o desenvolvimento e ajudar a resolver muitos dos problemas atuais.

Com foco na IA generativa, encontramos estudos que falam de seu potencial econômico. O mais recente, publicado pela McKinsey em junho, quantifica o impacto da IA generativa na produtividade em trilhões de dólares para a economia global. Especificamente, fala que “a IA generativa pode acrescentar [à economia] o equivalente entre 2,6 e 4,4 trilhões de dólares por ano nos 63 casos de uso analisados. Isso significa um aumento de 15 e 40% em toda a IA”. Além disso, o estudo acrescenta que “esta estimativa, aproximadamente, dobraria se incluíssemos o impacto da IA generativa integrada em software utilizando atuais para outras tarefas além desses casos de uso”.

A IA e a IA generativa estão tendo um impacto significativo em todos os setores industriais, e tudo indica que no futuro continuará sendo assim. Para o setor segurador, esse impacto será entre 50 e 70 bilhões de dólares anuais, de acordo com a McKinsey. Outros setores, como o bancário, aumentam esse número para 200 e até 340 bilhões de dólares.

“Nesse contexto, em que estamos apenas diante da ponta do iceberg da era da IA, é essencial controlar a exposição aos riscos associados à tecnologia. Não adianta gerar economias ou aumentar a produtividade se os riscos operacionais, éticos e regulatórios associados a ela não forem controlados, ou se as empresas não priorizarem seu uso responsável. As consequências de curto e longo prazo de não gerenciar e mitigar os desafios são muito graves. Esses riscos podem e devem ser controlados”, diz Bárbara Fernández, diretora adjunta da MAPFRE Open Innovation e responsável pela Insur_space.

Mitigar os riscos para um desenvolvimento econômico, tecnológico e social sustentáveis

De acordo com o relatório “Inteligência Artificial Responsável: tecnologia confiável, segura e sustentável para gerar a economia do futuro”, elaborado pela MAPFRE, a maior parte das organizações já considera que o uso responsável da IA deve ser uma prioridade para a diretoria executiva de suas empresas.

Hoje, há certa percepção de controle dos riscos da IA por parte das empresas, embora a ausência de regulamentação e orientações práticas para o bom uso da inteligência artificial preocupe a maioria dos agentes envolvidos.

A esse respeito, a pesquisa “The State of AI in 2023: Generative AI’s breakout year”, publicada em agosto pela McKinsey, segue a mesma linha. Os entrevistados indicam que os riscos são uma preocupação, mas que poucas empresas ainda estão preparadas para o uso da IA generativa ou para lidar com os riscos associados a ela.

Mitigar os riscos para evitar que eles originem aspectos como perdas econômicas, operacionais ou de reputação, danos físicos a indivíduos, marginalização/discriminação de grupos, instabilidade econômica ou política, ou problemas de segurança digital, entre outros, é essencial para um desenvolvimento econômico, tecnológico e social sustentáveis. Para que a IA seja realmente uma alavanca de crescimento, a IA responsável deve ser uma peça-chave da agenda empresarial, independentemente do tamanho ou da atividade econômica.

Para garantir esse paradigma tecnológico, o primeiro passo é a definição de boas práticas, padrões e serviços para a avaliação, monitoramento e mitigação dos riscos. À medida que a adoção da IA continuar aumentando e que a regulamentação entrar em vigor, não apenas aumentará a necessidade de cumprir com essa primeira fase, mas também a necessidade de garantir a conformidade regulamentar. Isso estará ligado a uma oportunidade para serviços de terceiros capazes de atender a essas demandas e de garantir o trabalho com uma IA responsável.

“As seguradoras devem atuar como rede de segurança nesse campo, bem como facilitadoras de qualquer grande projeto ou inovação que venha da inteligência artificial. É por isso que é nossa responsabilidade antecipar o que está por vir, de liderar o caminho através do uso próprio de uma IA ética e de uma governança responsável”, diz Fernández. “Somente investindo em pesquisa e no uso correto da tecnologia poderemos acompanhar nossos clientes em seu caminho, bem como avaliar e apoiar o uso da IA em cada iniciativa que eles desenvolverem”, acrescenta.

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