INOVAÇÃO| 29.06.2023
O financiamento de insurtech cai para níveis de 2018, mas representa um mercado de oportunidade de 7 trilhões de dólares
Juntamente com Dealroom, Mundi Ventures, NN Group e Generali, a MAPFRE publicou ‘The State of Global Insurtech”, a terceira edição de um relatório que analisa o estado da insurtech no mundo com o objetivo de proporcionar transparência através de dados e insights qualitativos à atualidade do setor.
O financiamento de capital de risco em startups de tecnologia aplicada aos seguros (insurtech) caiu para níveis de 2018, fechando o primeiro semestre de 2023 com um investimento no setor de 2,4 bilhões de dólares. Este valor representa 45% a menos que no mesmo período de 2022 e atingindo valores similares de 5 anos (1,8 bilhão de dólares).
Neste contexto de endurecimento econômico, as startups com maior grau de maturidade (Série C) se destacam por sofrer a queda mais alta (62% em relação ao seu histórico máximo). No caso das startups nas rodadas da Série B, o valor de queda é de 43%. As companhias em fase inicial (semente ou Série A) são as que mais conseguiram atenuar a queda, estabilizando-se em torno de 29%.
Estas são algumas das principais conclusões do relatório de ‘The State of Global Insurtech’, elaborado por Dealroom.co, Mundi Ventures, MAPFRE, NN Group e Generali. Trata-se da terceira edição de um relatório que analisa o estado da indústria insurtech, proporcionando transparência através de dados e insights qualitativos sobre as tendências e o estado atual do setor.
Um mercado de 7 trilhões de dólares de oportunidade
O setor segurador, apesar de representar um mercado de oportunidade de 7 trilhões de dólares, não consegue aglutinar o grau de investimento de outros setores, como o alimentar ou o da saúde. Por exemplo, a mobilidade e os serviços financeiros, mesmo com menos espaço de oportunidade, receberam 5 e 10 vezes mais financiamento, respectivamente.
Insurtech também se concentrou em grande medida no mercado de seguros de danos, que atraiu mais de 60% do financiamento nos últimos anos, principalmente graças aos seguros cibernéticos e aos seguros comerciais, de lar e automóveis. O seguro de vida esteve especialmente ausente de investimento, comparado com o seguro de saúde e o de danos.
Joan Cuscou, diretor global de Transformação da MAPFRE, comenta que “embora o investimento tenha esfriado no panorama do capital risco em geral, as “boas” startups continuam fechando importantes rodadas de financiamento. Também é preciso assinalar que as seguradoras ainda têm muita margem para adotar soluções insurtech que estejam prontas para serem implementadas em escala. Isto cria uma enorme oportunidade para aproveitar ao máximo as startups insurtech que ofereçam soluções de automatização de sinistros e pagamentos por assinatura e a tarifação. A transformação do setor é imparável”.
Mudanças em prol da eficiência operacional
A eficiência operacional é uma necessidade para todos os agentes do setor e estão atuando para alcançá-la. As startups insurtech são aqueles que estão permitindo essa eficiência em toda a cadeia de valor (distribuição, automatização de sinistros, gestão de fraudes, pagamentos e produto e assinatura), abrindo novas possibilidades junto à inovação.
Os seguros incorporados estão entrando em uma fase de consolidação graças a um forte investimento e a um grande número de fornecedores de infraestrutura. O seguro aberto (ou ‘open insurance’) demonstrou ser benéfico tanto para os consumidores como para as seguradoras, mas precisa de uma padronização e da criação de fluxos de dados padronizados para construir uma indústria realmente transparente.
Tecnologias como a IA estão há um tempo no setor, com impacto em diferentes áreas (a automatização de sinistros, o marketing ou a gestão de contratos e apólices, entre outras). As IAs gerativas, como é o ChatGPT, também abrem novas portas, embora ainda não se saiba quais processos serão mais afetados por elas. Os casos de uso mais imediatos destas IAs são os processos orientados ao cliente (oportunidades de geração de contatos, agentes melhorados, portal de clientes…). Outras aplicações também podem estar associadas à automatização de reclamações e à detecção de fraudes.
Os seguros desempenham um papel fundamental tanto na mitigação da mudança climática como na adaptação a ela, os riscos mundiais mais graves na atualidade. Se falarmos de outros riscos emergentes, como é o caso da ciberproteção, os ciberseguros são determinantes no ecossistema da cibersegurança e uma oportunidade para as startups insurtechs.
Estas são algumas das principais conclusões do relatório. Faça o download do texto completo aqui para obter mais informações.
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