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INOVAÇÃO| 31.10.2023

O presente e o futuro das cidades passam pela conectividade

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Instituições públicas de todos os tipos, globais, comunitárias, nacionais e regionais, estão colocando esforços em tornar as cidades mais inteligentes, em uma corrida tecnológica para otimizar todos os aspectos da vida urbana. Nesse contexto, a conectividade é o eixo fundamental das diferentes estratégias que estão sendo implementadas e que continuaremos a ver nos próximos anos.

A população mundial vem crescendo de forma constante há décadas. A mudança no comportamento e nas necessidades das pessoas, juntamente com os movimentos sociodemográficos que estamos vivenciando há mais de meio século, levou à maior concentração populacional nas cidades.

Especificamente, aproximadamente 56% da população mundial, 4.400 milhões de habitantes, vivem nessas cidades, uma tendência que se espera continue em aumento, dobrando até 2050. De acordo com dados do Banco Mundial, até a metade do século “quase 7 em cada 10 pessoas viverão em cidades”.

Nesse contexto, para que o desenvolvimento das metrópoles seja sustentável e respeitoso, é necessário que as instituições públicas e privadas gerenciem adequadamente os recursos e a própria população. Para isso, a inovação e a tecnologia são essenciais: as cidades conectadas são o presente e o futuro desses territórios.

Conectividade para tornar as cidades mais inteligentes

A transformação digital que experimentam todos os setores, incluindo o setor público, graças ao surgimento e melhoria de tecnologias como a “Internet of Things” (IoT), a “Internet of Everything” (IoE), que surge como um termo evoluído da IoT para lidar com as interconexões geradas entre pessoas, elementos físicos, dados e processos, as redes 5G para troca mais rápida de informações e, em geral, tudo o que está ligado à sensorização e ao emprego de dispositivos conectados, estão permitindo trabalhar em prol das cidades conectadas.

Em nível da União Europeia, os fundos Next Generation estão chegando aos países para digitalizar e modernizar entidades nacionais, autonômicas e locais. No caso da Espanha, por exemplo, há o Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência, que não inclui apenas esses fundos, mas também orçamentos nacionais para a mesma área.

A América do Sul também conta com medidas de digitalização. O Brasil, por exemplo, tem a plataforma gov.br, que materializa a estratégia de governo digital do país. O Plano Nacional de Desenvolvimento do México também trabalha nesse sentido. Nos EUA, o programa de investimento público impulsionado pelo presidente Joe Biden também tem grande impacto sobre as administrações públicas.

Todos esses investimentos na administração pública, juntamente com a comoditização dos dispositivos aos olhos de consumidores e empresas, e a maior acessibilidade às tecnologias necessárias, tornam a conectividade o eixo fundamental de muitos projetos e mudanças que estão ocorrendo.

Com relação ao próprio setor público, isso está se traduzindo em melhorias de processos e produtividade, bem como em uma melhor gestão dos recursos (monetários, materiais e humanos). As pessoas estão vendo como há à nossa disposição muito mais informações do que antigamente para a tomada de decisões mais informadas, estão cientes do que acontece na cidade, etc., e os serviços públicos estão se adaptando à sua demanda.

Tangibilizando tudo isso, graças às cidades conectadas, as rotas de transporte público são otimizadas, as pessoas podem ser informadas sobre estradas cortadas pelas quais passam habitualmente, devido aos veículos conectados e à sua conexão com dispositivos IoT são transmitidos dados que as administrações públicas podem utilizar, é possível identificar áreas nas quais seja necessário abrir novas fontes públicas ou vemos nossa velocidade de conexão à Internet melhorada pela cidade.

Os dados, a alma das cidades

Os dados armazenados pelos dispositivos explicados acima, bem como os ambientes e ecossistemas digitais, são o coquetel perfeito para nutrir todos os projetos e inovações, bem como para adequar a cidade às necessidades do território e da população.

A coleta, armazenamento e análise de todos os dados ao redor são a base dos processos de digitalização. Tecnologias como a análise de dados, o big data, a inteligência artificial (IA), o machine learning (ML), o Deep learning, etc., permitem aos responsáveis pelas administrações públicas extrair todo o valor das informações, tornando mais eficiente e melhorando todo o processo de tomada de decisões e de gestão da cidade.

Graças aos insights fornecidos pelos dados e pelo software as a service (SaaS) com base nas tecnologias mencionadas acima, é possível otimizar a mobilidade urbana, dar luz verde às rotas para a condução autônoma, e fazer uma melhor gestão do tráfego; identificar as áreas da administração nas quais os cidadãos estão mais interessados e melhorar as gestões que eles podem realizar, automatizar determinadas tarefas repetitivas e inúmeras possibilidades.

Gêmeos digitais e GIS

Os gêmeos digitais, ou digital twins em inglês, são um elemento chave nas cidades conectadas.

Essa tecnologia, que é uma representação digital do ambiente real, abre as portas para inúmeros testes ou simulações. São utilizados para visualizar, analisar e controlar todos os tipos de parâmetros e processos, possibilitando a realização de testes de tentativa e erro antes de tomar qualquer decisão, desenvolver um projeto ou implementar elementos ou decisões com impacto na cidade.

Para a criação desses gêmeos, é necessário contar com dados de diferentes fontes. Os sistemas de informação geográfica (GIS) trabalham muito bem nesse campo, incorporando dados geográficos do ambiente (localização espacial dos elementos do terreno, meteorologia, densidade populacional nas diferentes áreas da cidade, comércios etc.) para serem representados no gêmeo digital através de mapas que podem ser atualizados em tempo real.

Ao fusionar gêmeos digitais e GIS, e adicionando os modelos BIM à equação, a IoE ou plataformas de gestão de ativos (GMAOs), os modelos criados são de alta precisão e permitem que as administrações públicas simplifiquem fluxos de trabalho, otimizem o levantamento ambiental, melhorem o planejamento urbano e a logística, etc.

Por exemplo, com esses gêmeos é possível analisar em que pontos do território é ideal construir prédios altos e como devem estar localizados para serem sustentáveis. Também fazer revisões da infraestrutura hídrica ou elétrica e ver em quais pontos a manutenção é necessária, modificar o serviço de lixo em função das necessidades das áreas, abrir novas linhas de transporte público e melhorar os tempos de espera, ou analisar o estacionamento das ruas e agir em consequência, entre muitos outros exemplos.

As seguradoras e seu papel nas cidades conectadas

Nesse contexto, as seguradoras têm um papel fundamental na gestão dos riscos associados.

As tecnologias, embora apresentem muitos benefícios, também oferecem desafios. Seu uso responsável ou a garantia de proteção dos dados e a ética dos modelos criados são dois dos fatores determinantes. A indústria seguradora deve ser responsável por acompanhar as administrações públicas e empresas privadas na implementação das soluções, serviços ou produtos, tanto em nível preventivo como para apoiar as entidades em caso de qualquer contratempo.

Na MAPFRE España contamos com a área de Desenvolvimento de Negócio de Grandes Cidades, que trabalha na definição e implementação de propostas de valor com foco no cliente, com o objetivo de atender às necessidades dos nichos/grupos que estão gerando novas oportunidades de negócio nas grandes cidades.

Assim, foram identificados e priorizados nichos/grupos chave e foram implementadas propostas de valor que atendem às necessidades dos animais de estimação e seus donos, dos jovens e do grupo sênior, entre outros.

 

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