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ECONOMIA| 29.03.2022

A dependência das pessoas idosas, um problema crescente nas sociedades desenvolvidas

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A história recente foi testemunha de grandes avanços na saúde, que levaram a esperança de vida nos países desenvolvidos até níveis inéditos, um fenômeno que também começaram a experimentar as nações em desenvolvimento. Neste processo, as melhorias na medicina e tecnologia conseguiram que a longevidade aumente da mão do bem-estar, mudando o modo em que as pessoas idosas ou com deficiências podem desfrutar de suas vidas. Mas as mudanças demográficas também significaram o crescimento das pessoas em situação de dependência, um problema para o qual as sociedades ainda não deram uma resposta suficiente.

O que entendemos por dependência?

A definição de dependência é ampla, mas poderia resumir-se em que afeta as pessoas que precisam de ajuda para realizar sua vida diária. Esta é a chave, a infinidade de ações cotidianas que a maioria da população realiza sem dificuldade, mas que pode ser um verdadeiro impedimento para os dependentes. São atos como o asseio, a alimentação, ir ao banheiro, vestir-se ou mesmo o mero fato de levantar-se da cama. Os números não oferecem dúvidas da dimensão do problema: em torno de 4% da população adulta da União Europeia é dependente, segundo Eurostat.

Envelhecimento e dependência

A dependência tem sua origem em fatores como a idade, a doença e a deficiência. Todas as predições, não obstante, coincidem em que o número de dependentes se multiplicará com o envelhecimento da população, uma tendência que é imparável. Na OCDE (a organização que reúne a maioria dos países desenvolvidos), a esperança de vida em 1970 era em média 70 anos; pouco antes da pandemia, já chegava aos 81, e continuará aumentando. Assim, os maiores de 65 anos, que eram 9% do total da população destes países em 1960, já são 17,3%, e representarão 26,7% em 2050. Os maiores de 80 anos, o grupo que mais sofre a dependência, são hoje 4,6% de sua população; em 2050, serão mais do dobro que atualmente.

DEPENDENCIA

 

São dados que nos falam dos anos de vida, mas não de sua qualidade. O Eurostat elabora um índice que distingue entre anos de “vida saudável” e de “atividade limitada”. Um cidadão da União Europeia que chegue aos 65 anos pode esperar, de média, chegar aos 86,6 anos, em caso de ser mulher, e até os 83,1 se for homem. No entanto, a metade desse tempo, quase 10 anos em ambos os casos, viveria com “atividade limitada”, isto é, dependendo de outras pessoas.

Há grandes diferenças neste indicador, o que coloca em evidência que os diferentes sistemas sanitários e assistenciais, e mesmo os modos de vida, podem prolongar a vida saudável dos idosos. Por exemplo, em países como a Suécia, a vida saudável abrange quase três quartas partes da terceira idade, até superar os 80 anos; na Letônia não chega a um terço, pouco mais de 5 anos a partir dos 65.

DEPENDENCIA

Surgem novas necessidades

Abrem-se, portanto, duas frentes. Por um lado, a “revolução dos cabelos brancos”, ou o peso crescente dos maiores na economia ativa, devido ao incremento desta população e a sua maior capacidade de consumo, o que faz com que se tenham em conta suas necessidades – e vontade – de lazer, uma coisa muito visível em setores como o turismo. Neste âmbito, o Centro de Pesquisa Ageingnomics da Fundación MAPFRE dedica-se a aprofundar no conhecimento dos hábitos e tendências nesta idade a meio caminho entre o trabalho e a aposentadoria, e a expor as oportunidades que representa.

Ao mesmo tempo, a sociedade enfrenta o desafio de dar uma resposta aos idosos que já não se podem valer por si mesmos. A dependência varia em grau, há muitas pessoas que não precisam de uma assistência completa, e com certa ajuda podem ver grandes progressos em sua autonomia pessoal, o objetivo que deveria ter qualquer plano de atuação com dependentes. É um conceito ao que se presta cada vez mais atenção, à medida que este problema se generaliza socialmente.

A entrada em um centro geriátrico é uma das opções, e pode ser o mais indicado quando a saúde e as capacidades de uma pessoa alcançaram uma deterioração notável. Mas também existem soluções intermediárias, que contam com o efeito positivo de não desvincular os idosos de seu ambiente de referência, como os centros de dia ou uma ajuda regular, fixada por horas ou dias. Aparece neste ponto a figura do cuidador, seja profissional ou, como sucede com frequência, um familiar ou pessoa próxima, e que está muito ligada à dependência dos idosos. Trata-se, em qualquer caso, de uma situação difícil para as pessoas que a sofrem e suas famílias.

A aposta da MAPFRE para proporcionar soluções

As necessidades da terceira idade são uma das linhas de trabalho da MAPFRE há anos, um tempo em que se encontrou com a realidade da dependência em idosos e foi possível oferecer algumas soluções. Trata-se de benefícios exclusivos para clientes nesta faixa de idade, ajudas com problemas como a mobilidade ou serviços específicos, com o denominador comum de que procuram melhorar a vida das pessoas idosas quando suas capacidades começam a ver-se diminuídas.

Estas medidas começaram a ser implementadas na Espanha, um dos países mais envelhecidos do mundo, com cerca de 20% de sua população (9 milhões) com mais de 65 anos, e mais de 6% (3 milhões) que ultrapassam os 80. É o país onde a MAPFRE tem mais clientes, e sua estrutura também fala deste fenômeno: muitos deles têm mais de 50 anos. 

Por exemplo, certos seguros vinculados à terceira idade já incluem uma bolsa de horas de assistências diversas, com o objetivo de dar uma resposta às limitações de movimento que afetam este grupo. Trata-se de acompanhá-los em suas necessidades mais cotidianas, e não somente de oferecer-lhes uma compensação econômica. Na mesma linha situa-se a telefarmácia, a possibilidade de que um profissional leve os medicamentos até o domicílio da pessoa idosa que assim o solicite, um dos benefícios do plano de fidelização teCuidamos.

Na velhice, muitas pessoas podem começar a encontrar obstáculos na que foi sua casa durante a vida inteira. Por isso, a reforma e adequação de moradias para idosos e dependentes é uma das opções oferecidas pela MULTIMAP, cujos profissionais se dedicam a realizar um desenho dos espaços que permita aos idosos continuar vivendo onde eles querem.

Além disso, apesar de que na Espanha 1,2 milhões de pessoas já recebem algum tipo de ajuda pública por dependência, esta foi solicitada por 1,9 milhões. Diante desta situação, a MAPFRE lançou um seguro de dependência para seniores, que garante uma prestação mensal e vitalícia às pessoas maiores que caiam nesta situação. Oferece proteção a partir do primeiro momento, sem que seja necessária nenhuma declaração de um organismo oficial, tão somente o reconhecimento por parte de um perito regulador da companhia baseando-se em critérios médicos objetivos. Este seguro parte da ideia de que o acesso aos serviços de dependência deve poder ser garantido de forma ágil e no menor tempo possível.

São algumas propostas que têm como fim aumentar a autonomia, o bem-estar e a tranquilidade de uma parte crescente da população. Proporcionar-lhes os cuidados e a atenção que precisam já é um dos principais desafios da sociedade.