ECONOMIA| 21.11.2022
Conceitos financeiros que você deve conhecer se quiser empreender
Estamos na era dourada do empreendimento. Segundo as estatísticas da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), há 582 milhões de empreendedores em todo o mundo. Além disso, a GEM também indica que 40% dos empreendedores novos em 35 de 50 países concordam ou concordam muito que sua motivação para abrir um negócio seja fazer uma diferença no mundo.
Os empreendedores motivados e suas startups são um componente imprescindível para o desenvolvimento econômico. Sem eles haveria menos inovação, produtividade e oportunidades de trabalho. No entanto, começar um novo negócio acarreta uma série de desafios e riscos, entre eles os financeiros.
Alguns empreendedores começam seus negócios sem uma adequada educação financeira, desconhecendo a importância que tem para as empresas contar com um bom planejamento, as fontes de financiamento, a gestão de créditos, entre outros termos. É necessário que todos aqueles que querem se unir a esta aventura de empreender conheçam alguns conceitos, produtos e serviços financeiros básicos para poder aproveitar suas vantagens e assim crescer seus negócios.
Por isso, e a fim de melhorar a saúde financeira, tanto da sociedade em geral, como dos empreendedores, trazemos este artigo em que falamos de alguns conceitos financeiros que você deve conhecer se também quiser abrir um negócio.
Na MAPFRE apostamos na educação financeira porque sabemos que é um ator chave que nos capacita e nos dá a confiança de que precisamos para tomar decisões, para ser mais conscientes dos riscos e oportunidades, e para adotar ações que melhorem nosso bem-estar.
10 conceitos financeiros para o empreendimento
Ativo
O ativo, para explicá-lo de forma simples, é um recurso com valor que alguém possui (neste caso uma empresa) com a intenção de que gere um lucro futuro (econômico ou não). Em contabilidade, representa todos os bens e direitos de uma empresa, adquiridos no passado e com que se espera obter lucros futuros. Todos os ativos têm o potencial de trazer dinheiro à empresa, seja mediante seu uso, sua venda ou seu intercâmbio.
Passivo
Um passivo é o contrário de um ativo. O passivo, do ponto de vista contável, representa as dívidas e obrigações com que uma empresa financia sua atividade e serve para pagar seus ativos. São aquelas posses que o obrigam a gastar dinheiro de forma recorrente ou pontual e que não lhe geram rendimentos.
Um exemplo disso é o empréstimo com uma entidade financeira. Ao adquirir esse empréstimo, estamos obrigados a pagar o principal e os juros ao prestador. Podemos falar também de praticamente qualquer tipo de propriedade: um automóvel, uma casa, ou os brinquedos de seus filhos. São passivos porque o mais provável é que não lhe gerem lucros por si mesmos, mas obriguem-no a incorrer em gastos.
Margem bruta
Provavelmente muitos de vocês conhecem-na como margem de lucro. O mais comum é calculá-la como uma percentagem sobre as vendas. De modo simples, a margem bruta é o benefício direto que obtém uma empresa por um bem ou serviço, isto é, a diferença entre o preço de venda de um produto e seu custo de produção. Esta margem sempre se calcula sem descontar os gastos de pessoal, nem os gerais nem os impostos. Serve para sabermos se um negócio é rentável, já que se a margem bruta é negativa o resto dos custos serão impossíveis de cobrir.
Custo de oportunidade
O custo de oportunidade é um conceito relativamente simples, é o custo da alternativa a que renunciamos quando tomamos uma determinada decisão, incluindo os lucros que poderíamos ter obtido se tivéssemos escolhido a opção alternativa. Portanto, são aqueles recursos que deixamos de receber ou que representam um custo pelo fato de não ter escolhido a melhor alternativa possível, quando se têm recursos limitados (geralmente dinheiro e tempo).
Nas pequenas empresas, temos muitos exemplos. Por exemplo, se você tem 10.000 euros e os gasta em computadores novos e material de escritório, não só gastou este dinheiro nisto, mas renunciou a gastar esse dinheiro em renovar o espaço do escritório.
Risco e gestão do risco
O risco é um dos conceitos fundamentais no mundo das finanças, porque, em grande medida, é o que determina que haja lucros. Por exemplo, no caso de ser proprietário de uma casa que possamos colocar para alugar, esta transforma-se em um ativo. No entanto, quando você compra essa casa, você assume um risco, como por exemplo que a área em que está situada perca valor e esse aluguel passe a valer menos.
O risco é uma constante no mundo empresarial e no mundo das finanças em geral. Como existem estes riscos, é necessário que haja uma boa gestão dos mesmos. Se lhe interessa este tema, convidamos você a se informar mais sobre o mesmo, porque há muitas estratégias de gestão e controle do risco e não as poderíamos incluir todas neste artigo.
Índice de liquidez
O índice de liquidez mede, como seu nome indica, a liquidez de uma empresa, isto é, sua habilidade para fazer frente a suas obrigações financeiras a curto prazo. Este termo mostra a capacidade financeira de uma empresa em um dado momento. Os dados utilizados para calcular os índices de liquidez provêm do balanço de situação, concretamente os ativos corrente e passivo corrente. Há diferentes fórmulas para calculá-lo e, apesar de todas elas medirem individualmente a liquidez de uma empresa, é importante utilizá-las conjuntamente para fazer uma boa análise, já que alguma pode estar enviesada devido a como esteja estruturada a empresa. Por exemplo, ter um grande inventário ou não pode ser determinante.
Retorno do investimento
Também conhecido como o ROI, o retorno do investimento é um indicador que permite avaliar a rentabilidade de um investimento com base no capital destinado e no lucro que se obteve.
No mundo do empreendimento, também é o tempo que demora um empreendedor em recuperar seu investimento inicial. Aqui é importante calcular o retorno quando se enfrenta a compra de qualquer ativo para a empresa. Desta maneira podemos ver se no futuro nos compensará ter realizado este investimento.
Margem de contribuição
Quanto maior é a margem de contribuição, maior é o lucro da empresa. Este termo é a diferença entre o que nos custa produzir um produto ou serviço e o preço a que o pomos à venda.
Já mencionamos a margem bruta e, apesar de ambas as margens parecerem muito similares, são dois indicadores de rentabilidade complementares pelo seu diferente alcance. A margem de contribuição contempla só os gastos variáveis, ou seja, todos (não só os de produção). Por outro lado, a bruta refere-se unicamente aos processos industriais, incluindo o que se conhece como custo completo, que inclui os custos diretos, variáveis e fixos de fabricação de um produto. Ter claras as diferenças entre estes conceitos será de grande ajuda na hora de tomar decisões financeiras.
Alavancagem
A alavancagem é uma estratégia utilizada para aumentar os lucros de um investimento. Este tipo de estratégia consiste em usar créditos, custos fixos ou outras ferramentas de investimento para permitir multiplicar a rentabilidade final desse investimento, seja positiva ou negativamente. Ter um maior grau de alavancagem implica maiores riscos. Então, apesar de poder aumentar muito os lucros, fazer uso desta estratégia também pode nos fazer aumentar consideravelmente as perdas.
Ponto de equilíbrio
Também conhecido popularmente por seu nome em inglês: break-even point. Trata-se do momento em que sua startup chega a um equilíbrio em que os custos igualam-se aos rendimentos totais, um momento de benefício zero, mas também de perdas zero. Chegado este ponto, o próximo passo é transformar sua empresa em rentável gerando lucros.
Calcular o ponto de equilíbrio é uma das maneiras mais simples de averiguar se sua startup é viável, já que você saberá os gastos que terá e as vendas que precisa realizar para cobri-los. Será essencial contar com um plano econômico a médio e longo prazo que nos ajude a alcançar este ponto de equilíbrio e uma projeção de mantê-lo e superá-lo, gerando assim lucros.
Em conclusão, estes são só alguns dos muitos conceitos que há dentro deste grande mundo das finanças e o ideal é que cada empreendedor se deixe aconselhar por profissionais e estude educação financeira. Quanto mais assimile todos estes conceitos financeiros, maior será a análise e a consequente tomada de decisões informadas para poder empreender. Neste artigo, selecionamos alguns, mas todos eles têm um papel importante no empreendimento empresarial. Nosso conselho é: encontre tempo para entender as finanças, já que contar com uma boa educação financeira será fundamental para prosperar em nossos negócios.
Afastando-nos um pouco das finanças e concentrando-nos no empreendimento, em junho de 2021 participamos do relatório sobre o impacto da COVID- 19 no empreendimento na Espanha, através do Observatório MAPFRE de Finanças Sustentáveis e do Observatório do Empreendimento GEM Espanha. O relatório oferece dados relevantes sobre o impacto da crise no fenômeno empreendedor de uma tripla perspectiva: da população espanhola em geral, da população que tem empresa e a partir da visão de um painel de especialistas. Também incide em cinco alavancas de futuro para impulsionar o espírito empreendedor:
- Melhorar o capital humano, principal determinante da qualidade e êxito das iniciativas empreendedoras do futuro.
- Melhorar a formação em matéria empreendedora com métodos ativos em todos os níveis e especialidades do sistema educativo.
- Melhorar e aumentar a colaboração e transferências de conhecimentos das universidades e as instituições de pesquisa com as empresas.
- Melhorar o quadro regulatório, a solidez, coordenação e eficácia das instituições, sua agilidade para dar respostas rápidas aos problemas mutáveis da realidade econômica e empresarial.
- Melhorar o crescimento e a escalabilidade das iniciativas.
Na MAPFRE, nos últimos três anos mais de 30 startups conseguiram entrar em novos mercados através do programa Insur_Space da MAPFRE Open Innovation. Disponibilizamos para todos estes empreendedores todos os recursos da MAPFRE para crescer juntos nos países em que operamos.
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