SEGURO | 18.06.2020
O importante papel do seguro de Vida
André Serebrinic
O seguro de vida está em pauta. É natural que em uma fase de crise sanitária global as pessoas passem a ter um novo olhar sobre seu planejamento sucessório e a proteção de seu patrimônio, mas essas apólices são essenciais independentemente da situação.
Antes de mais nada, é preciso deixar claro que o segmento vai além da proteção relacionada aos riscos de morte. O seguro de vida inclui produtos para outras adversidades, inclusive com benefícios e possibilidade de resgate em vida. Envolvem, ainda, garantias relacionadas à aposentadoria e coberturas para proteção familiar, tão importantes em eventualidades como morte, invalidez, doenças graves e outras situações. Por trás de tudo isso – além da proteção ao segurado e seus beneficiários – estão questões relacionadas à economia do país e ao bem-estar social em geral.
Para discutir todos os produtos abrangidos pelo ramo de Vida e destacar as melhores práticas do segmento, preparamos um estudo inédito, que compara o mercado em diversos países, observando seu desenvolvimento ao longo de 10 anos (de 2008 a 2018).
O levantamento mostra que o Brasil ainda tem muito espaço para avançar. Se por um lado, os prêmios de seguro de vida movimentaram R$ 130 bilhões no país em 2018 – maior montante entre os países da América Latina e Caribe – por outro a taxa de penetração (relação dos prêmios com o PIB) ainda é de 2,1% no Brasil. Para se ter uma ideia do potencial do mercado, basta lembrar que na Europa Ocidental essa taxa é de 4,5% e no Reino Unido chega a 8,3%.
Para viabilizar o crescimento do mercado brasileiro é preciso levar em conta os diversos fatores – entre eles regulatórios, fiscais e demográficos – que impactam o segmento de Vida. Por isso as políticas públicas têm um papel essencial ao criar condições que impulsionem a adesão a esses seguros e destaquem a função de poupança de algumas modalidades. Um bom exemplo são os produtos Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), ligados à aposentadoria, eles oferecem benefícios fiscais e já respondem por uma grande fatia do mercado no Brasil.
Mas o avanço do segmento depende ainda de outro fator muito importante: o desenvolvimento da cultura do seguro, que permite o pleno entendimento dessa garantia. Ajudar a sociedade a compreender o caráter essencial do seguro, é tarefa daqueles que fazem parte desse ecossistema. Das seguradoras, com a ampliação da cultura do seguro e a oferta de soluções para diversos perfis de consumidor. Dos corretores e parceiros das companhias seguradoras, como consultores, traduzindo as necessidades dos clientes e adequando-as as proteções do seguro.
Trata-se de um trabalho de longo prazo, mas extremamente necessário, uma vez que a experiência de outros países mostra a força do seguro de Vida como elemento para o desenvolvimento social.