Conseguir os objetivos propostos tem um caminho: a confiança em si mesmo
Os filmes de Steven Spielberg arrecadaram mais de 10.000 milhões de dólares em todo o mundo, fazendo dele o diretor norte-americano de maior sucesso de bilheteria de todos os tempos com muita diferença sobre seus perseguidores. E não é surpreendente, já que em sua trajetória há autênticas obras de arte como E.T. O Extraterrestre, Tubarão, Os Caçadores da Arca Perdida, A Lista de Schindler, Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros, por dar somente alguns exemplos
Pois bem, Spielberg foi rejeitado três vezes na Escola de Teatro, Cinema e Televisão da Universidade Southern California. Isto poderia ter suposto um baque para o futuro criador de O Resgate do Soldado Ryan, mas não cabe dúvida de que teve a suficiente confiança em si mesmo como para encontrar outro caminho e presentear os adeptos do cinema com alguns dos melhores filmes da história.
Exemplos como o de Steven Spielberg são muito ilustrativos do que a autoconfiança pode trazer para cada indivíduo, tanto no âmbito pessoal como no profissional. E por sua vez fazem refletir sobre como a insegurança é capaz de afetar o ser humano até torná-lo incapaz quando precisa tomar uma decisão.
Falta de confiança: Questão de vulnerabilidade e instabilidade
A maior parte dos psicólogos coincidem em que as inseguranças nascem dos sentimentos de vulnerabilidade e de instabilidade, os quais provocam mal-estar, nervosismo e mesmo uma ansiedade que terminam afetando a autoestima. E como se pode deduzir, isto gera uma falta de confiança que afeta o indivíduo em seu dia a dia.
Portanto, a confiança – ou autoconfiança – poderia ser definida como o contrário de insegurança, ou seja, é o sentimento de segurança no que se está fazendo e na forma como se age. E sua importância é tanta que duas pessoas realizando o mesmo trabalho, irão realizá-lo de forma mais eficiente e efetiva dependendo da confiança que tenham de que estão fazendo bem. “A verdadeira confiança requer que você identifique qual é a origem de suas inseguranças, já que ninguém como você sabe como lhe assustar, assinala Dafne Cataluña, fundadora do Instituto Europeu de Psicologia Positiva. Esta psicóloga incide em que “ter confiança em si mesmo significa saber que, venha o que vier, você poderá com isso; ter o convencimento de que sempre suas fortalezas voltarão a ser maiores do que as suas dificuldades”.
Reconhecimento, uma necessidade vital
Penetrando na necessidade das pessoas de ter confiança em si mesmas podemos referir-nos à pirâmide de Maslow, teoria em que o psicólogo norte-americano Abraham Maslow elaborou uma hierarquia das necessidades que o ser humano tem, das mais básicas até os desejos mais elevados.
E precisamente no quarto degrau, justamente antes da região mais elevada correspondente à autorrealização, encontra-se a necessidade de reconhecimento. Nela, Maslow assinala duas necessidades de estima: uma alta, que está relacionada com o respeito a si mesmo e onde se encontra a confiança, a competência, a independência e a liberdade; e outra baixa, onde se situam a necessidade de atenção, o reconhecimento, a reputação, a dignidade, a fama…
Pois bem, a falta delas traduz-se em uma baixa autoestima e precisamente Maslow considera que esta é necessária para que o ser humano consiga um equilíbrio que proporcione sentido a sua vida. Esta ideia está de acordo com a que apontamos nestas linhas: a confiança em si mesmo é chave para alcançar os objetivos que as pessoas estabelecem para si mesmas.
Como conseguir confiança
TTer autoconfiança não é uma coisa que se adquire de um dia para o outro. Trata-se de um processo que deve ser alimentado desde a infância e, portanto, são os pais e tutores os que devem insuflar nos pequenos a segurança em si mesmos. Para isso podem proporcionar-lhes as ferramentas que ao longo de sua vida empregarão quase sem perceber. Do contrário, cairá em baixa autoestima e aparecerão os fantasmas das inseguranças.
Entretanto, essas ferramentas podem ser treinadas e ter presentes a qualquer momento da vida. De fato, é bastante conveniente fazê-lo porque só com confiança é possível desenvolver todo o potencial interior que levará o indivíduo a conseguir os objetivos propostos. E isso não só ocorre no terreno pessoal, mas também é aplicável ao profissional, isto é, à carreira profissional, já que, no final das contas, está ligada a nossas existências.
Chaves para melhorar a confiança em si mesmo
Então, se o que se deseja é melhorar a autoconfiança e trabalhar nisso, algumas das recomendações que os conselhos de psicólogos proporcionam são as seguintes:
– Não deve se comparar com os outros. As qualidades de cada pessoa são únicas porque não há dois seres humanos iguais, de maneira que comparar as conquistas conseguidas com as dos outros só pode provocar um sentimento de negatividade, dado que o indivíduo tende a prestar atenção nos que mais brilham.
– Recordar êxitos passados. Qualquer um terá em sua trajetória triunfos já vividos dos que saiu vitorioso. Então, se naquela ocasião se superaram os obstáculos, por quê não no que há de vir?
– Aceitar os fracassos e aprender deles. Outro dos sinais inequívocos de autoconfiança é ser conscientes dos erros e dos fracassos, aceitá-los e aprender dessa experiência. Se não se consegue dar esse passo, a autoestima terminará desaparecendo e qualquer decisão que se tome estará semeada de dúvidas. Igualmente, no momento de aprender também é preciso prestar atenção nos outros, concretamente nos melhores, nos que brilham em uma ou outra disciplina, já que podem servir de inspiração. E claro, isso não significa ser fraco, muito pelo contrário.
– Realizar mudanças e não estar parados. Não há dúvida de que se há algo a ser mudado para melhorar a situação pessoal e se é preciso trabalhar para melhorar a confiança, é preciso tomar as rédeas e fazer mudanças. Se uma pessoa fica parada e não evolui; se não toma decisões e não se dirige para os seus objetivos, perderá confiança em si mesma e entrará em um loop de negatividade.
– Cuidar-se. Um ponto essencial para ganhar confiança em si mesmo passa por empregar tempo no cuidado pessoal, em dedicar tempo ao que se necessita para estar bem. Se não se conseguiu essa base (como apontava Maslow), o edifício pode desmoronar-se e perder a autoconfiança conquistada. E relacionada com a exigência de tempo para si mesmo encontra-se a preparação para conseguir os objetivos marcados. A referida preparação deverá sustentar-se na identificação dos talentos e das habilidades.
Em suma, a confiança em si mesmo – ou autoconfiança – é um dos pilares sobre os quais construir o caminho para os objetivos pessoais, mas esse pilar deve estar bem consolidado mediante um trabalho constante por parte de cada pessoa.